Política para data centers vai incentivar montagem local de computadores
Nova política ReData prevê isenção fiscal e estímulo à produção nacional, com foco em energia limpa e neutralidade de carbono
247 - A nova política pública para data centers, batizada de ReData (Programa Nacional para Data Centers), vai além da simples desoneração fiscal para importação de equipamentos. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o plano elaborado pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também busca fortalecer a indústria nacional de tecnologia ao incentivar a montagem de computadores em território brasileiro.
Embora o Brasil ainda não produza unidades de processamento gráfico (GPUs), há capacidade instalada para a fabricação local de servidores. Com isso, o modelo ideal projetado pelo programa é que empresas importem os itens não produzidos internamente, como as GPUs, e façam a montagem dos equipamentos — tanto computadores quanto servidores — no país. Essa estratégia permite a incorporação de até 20% de conteúdo nacional, conforme parâmetros legais já existentes que incentivam a nacionalização de tecnologia.
Além do Ministério da Fazenda, a proposta vem sendo construída em articulação com o Ministério do Meio Ambiente, comandado por Marina Silva. O objetivo é deixar claro que a política não se limita a uma “guerra de custos”. “É uma corrida para que o data center seja o mais limpo do mundo”, destacou uma fonte ouvida pela Coluna.
Ainda de acordo com a reportagem, graças à matriz energética predominantemente renovável do Brasil, o país tem potencial para se tornar um dos poucos lugares do mundo a operar data centers com emissão zero de carbono. Segundo estimativas utilizadas na formulação da proposta, o processamento de um token de inteligência artificial em São Paulo seria até quatro vezes mais eficiente do que em regiões como a Virgínia, nos Estados Unidos.
“Dado que o planeta aquece, não importa se você jogar o carbono na Virgínia ou em São Paulo. O planeta precisa que o Brasil entre nessa equação, para que possamos baixar a pegada de carbono da IA no mundo”, afirmou uma fonte técnica envolvida na elaboração da política.
A proposta do ReData foi desenhada para ser fiscalmente neutra e já está pronta para análise da Casa Civil. A expectativa do governo Lula é enviar o texto ao Congresso Nacional no momento mais estratégico, de preferência ainda em 2025, de modo a antecipar os impactos da Reforma Tributária sobre o consumo.
Com a implementação do ReData, a projeção é que os investimentos na cadeia de data centers saltem dos atuais US$ 10 bilhões para até US$ 20 bilhões no curto prazo, conforme estimativas da Brasscom (Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais). Para o médio prazo, até 2030, a expectativa de aporte no setor é ainda mais expressiva: R$ 200 bilhões.
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