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      Pix: Brasil pode ter inventado o futuro do dinheiro, afirma Paul Krugman, Nobel de Economia

      Prêmio Nobel de Economia elogia o Pix e critica sistema financeiro dos EUA em artigo que questiona entusiasmo de Trump por criptomoedas

      Paul Krugman (Foto: Reuters)
      Guilherme Levorato avatar
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      247 - Em artigo publicado nesta terça-feira (22), o economista norte-americano Paul Krugman, vencedor do Prêmio Nobel de Economia em 2008, destacou o Pix como um exemplo de inovação financeira que pode representar “o futuro do dinheiro”, informa a BBC News Brasil.

      O texto, intitulado “O Brasil inventou o futuro do dinheiro?”, contrasta o sistema de pagamentos instantâneos operado pelo Banco Central do Brasil com as recentes medidas adotadas pelos Estados Unidos em relação a criptomoedas. Krugman critica a aprovação do Genius Act — primeira legislação robusta sobre criptoativos aprovada no novo governo do presidente Donald Trump — e alerta para os riscos da proposta: “abre caminho para futuras fraudes e crises financeiras”, afirmou.

      Pix como modelo de eficiência e inclusão financeira - Krugman descreve o Pix como uma espécie de “versão pública do Zelle”, plataforma operada por bancos privados nos EUA. No entanto, segundo o economista, o sistema brasileiro é muito mais eficiente. “O Pix é muito mais fácil de usar. E, embora o Zelle seja grande, o Pix se tornou simplesmente enorme, sendo usado por 93% dos adultos brasileiros. Parece estar rapidamente substituindo dinheiro em espécie e cartões”, destacou.

      Ele ressalta ainda que o Pix alcança o que os entusiastas das criptomoedas prometeram — mas não conseguiram entregar. “O sistema brasileiro de pagamentos está conseguindo de fato o que os defensores de criptomoedas alegaram, falsamente, ser capaz de se alcançar por meio do blockchain — baixos custos de transação e inclusão financeira".

      Krugman aponta que, enquanto apenas 2% dos americanos utilizaram criptomoedas para transações em 2024, o Pix já integra a rotina da maioria esmagadora dos brasileiros. “E usar o Pix não cria incentivo para sequestrar pessoas e torturá-las até que entreguem suas chaves de criptografia”, ironizou.

      Críticas às barreiras políticas nos EUA - O economista também questiona a decisão do Congresso americano de proibir a criação de uma moeda digital emitida pelo banco central, a chamada CBDC (Central Bank Digital Currency). Para Krugman, os parlamentares republicanos utilizam a privacidade como pretexto, mas o real temor seria a concorrência direta com os bancos privados. “Mas e quanto à possibilidade de criar uma CBDC parcial? Poderíamos manter contas bancárias privadas, mas fornecer um sistema eficiente e público para fazer pagamentos a partir dessas contas? Sim, poderíamos. Sabemos disso porque o Brasil já o fez".

      Apesar do sucesso brasileiro, ele vê pouca perspectiva de algo semelhante nos EUA. “A indústria financeira americana é poderosa demais para permitir a criação de uma moeda digital de banco central no país. Outras nações podem aprender com o sucesso do Brasil no desenvolvimento de um sistema de pagamento digital. Mas os EUA provavelmente permanecerão presos a uma combinação de interesses pessoais e fantasias cripto".

      Krugman também provocou o sistema político norte-americano, afirmando que “a economia política do Brasil é claramente muito diferente da nossa — por exemplo, eles realmente julgam ex-presidentes que tentam anular eleições”.

      Ataques à política econômica de Trump - O artigo traz ainda uma crítica à política tarifária adotada pelo presidente Donald Trump, que recentemente aumentou tarifas sobre produtos brasileiros. Krugman classificou a medida como um “programa de proteção a ditadores” e acusou o republicano de agir por motivações ideológicas. “A última cartada de Trump marca um novo rumo, com políticas tarifárias demoníacas e megalomaníacas”, afirmou.

      Segundo o economista, o presidente dos EUA “nem sequer disfarça que exista uma justificativa econômica para sua decisão”, revelando, segundo ele, o caráter autoritário e improvisado das ações governamentais no país.

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