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Lula articula reação em três frentes ao tarifaço de Trump contra produtos brasileiros

Presidente mobiliza ministros, setores econômicos e discurso político para enfrentar sobretaxa de 50% imposta pelos EUA às exportações do Brasil

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva em fórum em Mônaco - 08/06/2025 (Foto: REUTERS/Manon Cruz)
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247 - Em resposta à tarifa de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros exportados ao país, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) definiu, na quarta-feira (9), uma estratégia de reação em três frentes. 

Segundo a coluna do jornalista Igor Gadelha, do Metrópoles, a primeira medida será o diálogo com os setores econômicos brasileiros mais atingidos pelo tarifaço. Segundo fontes do governo, a proposta é articular uma espécie de “linha de proteção” que ajude a mitigar os impactos nas empresas e no emprego. A iniciativa também é vista como uma oportunidade de Lula se reaproximar de segmentos tradicionalmente críticos à sua gestão, como o agronegócio.

A segunda frente envolve o engajamento direto de membros do governo em negociações diplomáticas com a administração Trump. Lula incumbiu os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Mauro Vieira (Relações Exteriores), além do vice-presidente Geraldo Alckmin, que também ocupa a pasta da Indústria e Comércio Exterior, de buscar canais de diálogo com os Estados Unidos.

Internamente, alguns integrantes do governo já defendem recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC). O argumento é de que a medida anunciada por Trump carece de fundamentação técnica e infringe princípios de concorrência justa no comércio internacional.

A terceira vertente da reação de Lula se dá no campo político. O Palácio do Planalto pretende explorar o episódio para atribuir responsabilidades ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados, alegando que a postura subserviente do ex-mandatário teria fragilizado a posição do Brasil frente aos Estados Unidos.

Na própria noite do anúncio da tarifa, nomes do núcleo duro de Lula, como a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e o secretário de Comunicação, Sidônio Palmeira, já estavam nas redes sociais com mensagens como: “Lula quer taxar os super ricos, Bolsonaro quer taxar o Brasil”.

Em contrapartida, aliados de Bolsonaro também se mobilizaram para tentar se desvincular do episódio, atribuindo a responsabilidade pelo impasse ao próprio Lula e ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.

As três frentes de reação foram definidas em uma reunião no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República, com a presença de ministros e assessores do núcleo internacional. Participaram do encontro, além de Haddad, Alckmin, Gleisi Hoffmann e Sidônio Palmeira, os ministros Jorge Messias (Advocacia-Geral da União), Rui Costa (Casa Civil) e outros membros do governo.

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