Lula avalia acionar OMC contra tarifas de Trump
O governo argumenta que sobretaxa de 50% imposta pelos EUA não tem base técnica e fere regras da concorrência internacional
247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avalia recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre exportações brasileiras. O governo brasileiro, a medida não tem justificativa técnica e contraria os princípios de concorrência justa entre países. As informações são da CNN Brasil.
A reação deve se basear no argumento de que a balança comercial entre os dois países é deficitária para o Brasil — ou seja, os norte-americanos vendem mais ao Brasil do que compram. Além disso, a carta divulgada por Trump, em que ele faz referência explícita à defesa de Jair Bolsonaro (PL), será usada como indício de motivação política e não econômica para o novo tributo.
Ainda em março, o Brasil já havia apresentado um documento à OMC contestando tarifas anteriores aplicadas ao aço e ao alumínio. Agora, com a nova taxação generalizada, a equipe de Lula vê espaço para reforçar a denúncia.
Embora a OMC tenha sido criticada nos últimos anos por sua paralisia diante de medidas unilaterais dos EUA, especialmente durante o governo Trump, a apresentação de uma queixa formal costuma ser o primeiro passo para embasar uma eventual retaliação comercial.
Segundo integrantes do governo, todas as tarifas aplicadas pelo Brasil nas importações de produtos — como no caso do etanol, uma das principais queixas dos norte-americanos — seguem rigorosamente as regras da OMC.
Lula já havia sinalizado essa possibilidade anteriormente. Em março, durante fala pública, declarou: “Se não houver outra maneira, o Brasil vai retaliar”. A fala ganha nova força agora, após a oficialização da tarifa de 50% anunciada por Trump na quarta-feira (9).
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