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      JPMorgan mantém otimismo e aponta juros em queda no Brasil: “História fundamental segue intacta”

      Estratégistas apontam juros em queda, fluxo estrangeiro e eleições de 2026 como vetores de valorização, apesar de incertezas tarifárias

      Uma vista do exterior da sede corporativa do JPMorgan Chase & Co na cidade de Nova York, 20 de maio de 2015 (Foto: REUTERS/Mike Segar)
      Luis Mauro Filho avatar
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      247 - O JPMorgan manteve projeção positiva para o mercado brasileiro, apesar da queda recente nas ações. Segundo relatório divulgado pelas estrategistas Emy Shayo e Cinthya Mizuguchi, os principais fatores de valorização continuam ativos: a expectativa de corte da taxa básica de juros, o fluxo de capital para mercados emergentes e o calendário eleitoral de 2026.

      De acordo com o banco, a piora recente foi influenciada por três elementos principais: preocupações com tarifas comerciais, desempenho fraco da economia chinesa e resultados corporativos abaixo do previsto. Para as analistas, esses movimentos foram considerados exagerados e não comprometem o cenário estrutural do Brasil.

      Tarifas comerciais e cenário internacional

      O relatório afirma que os Estados Unidos costumam aplicar tarifas efetivas menores do que as inicialmente anunciadas. O JPMorgan estima que a tarifa final fique próxima de 33%, abaixo dos 50% propostos. O banco questiona, no entanto, se novas medidas podem ser adotadas, como a aplicação da Lei Magnitsky a outros países com operações no Brasil ou a aprovação de um projeto de lei que prevê tarifa de 100% para quem compra petróleo da Rússia.

      As estrategistas classificam esses temas como riscos políticos. Também alertam que é incerto quanto tempo o debate sobre tarifas permanecerá relevante e qual será seu impacto nos mercados nos próximos 14 meses.

      No contexto externo, o relatório aponta que, enquanto os mercados da América Latina apresentaram alta no primeiro semestre, o segundo semestre tem sido mais difícil. Já o mercado asiático, com destaque para a China, tem registrado valorização recente, impulsionada por estímulos econômicos. Segundo o banco, esse movimento pode favorecer o Brasil ao atrair capital para economias emergentes.

      Projeções para lucros e juros

      O JPMorgan estima alta de 7% nos lucros das empresas latino-americanas no segundo trimestre, com destaque para o setor de commodities. A expectativa, no entanto, é de desaceleração no crescimento das receitas, devido aos juros elevados e à guerra comercial. O banco projeta que o início do ciclo de corte de juros no Brasil deve ocorrer em dezembro.

      Avaliação eleitoral e impacto no mercado

      O relatório identifica as eleições de 2026 como o principal fator de influência no mercado no médio prazo. Segundo o banco, o tema foi antecipado após queda na aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no primeiro semestre. No entanto, pesquisas recentes mostram recuperação.

      A Quaest registrou alta de três pontos percentuais na aprovação presidencial. A AtlasIntel também apontou aumento de três pontos, com aprovação acima da rejeição. O Datafolha, por outro lado, não registrou alteração desde a última pesquisa.

      O JPMorgan destaca que Lula deve ser candidato e aparece competitivo nas simulações. A direita, segundo o banco, tem vários nomes, com destaque para o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Jair Bolsonaro, que está inelegível, pode apoiar outro nome. O ex-presidente mencionou que Michelle Bolsonaro deve disputar o Senado, enquanto Flávio Bolsonaro é cotado para disputar a presidência. Eduardo Bolsonaro, segundo o relatório, não é considerado uma opção provável.

      Na pesquisa Datafolha de 3 de agosto, 71% dos entrevistados disseram acreditar que Lula será candidato, ante 62% em abril. Já 54% afirmaram que ele não deveria disputar, ante 57% em junho. Em caso de ausência de Lula na eleição, 29% dos entrevistados defendem apoio a Fernando Haddad, mesmo percentual registrado em junho. Outros 26% citam Geraldo Alckmin, que tinha 18% na pesquisa anterior.

      No campo da oposição, 30% defendem que Bolsonaro mantenha a candidatura, enquanto 67% preferem que ele apoie outro nome. Michelle Bolsonaro lidera entre os substitutos com 23%, seguida por Tarcísio (21%), Eduardo Bolsonaro e Ratinho Junior (ambos com 10%), e Flávio Bolsonaro (9%).

      O JPMorgan ressalta que, entre os nomes da família Bolsonaro, Michelle é a que registra melhor desempenho nas simulações de primeiro e segundo turno contra Lula.

      (Com informações do portal InfoMoney)

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