Impactos do tarifaço de Trump ainda são “incertos”, diz ata do Copom
Ata do Banco Central destaca fim do ciclo de alta da Selic e aponta atenção redobrada aos efeitos econômicos das novas barreiras comerciais
247 - O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central divulgou nesta terça-feira (5) a ata da reunião de julho, com destaque para os efeitos potenciais das novas tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos ao Brasil. Segundo o documento, a medida norte-americana — que impôs tarifas unilaterais de 50% sobre produtos brasileiros — pode gerar “impactos setoriais relevantes” e traz “impactos agregados ainda incertos”.
“O comitê acompanha com atenção os possíveis impactos sobre a economia real e sobre os ativos financeiros. A avaliação predominante no comitê é de que há maior incerteza no cenário externo e, consequentemente, o Copom deve preservar uma postura de cautela”, diz um trecho do comunicado oficial.
A ata também reforça que o Copom “focará nos mecanismos de transmissão da conjuntura externa sobre a dinâmica de inflação interna e seu impacto sobre o cenário prospectivo”.
O documento explica ainda a decisão de manter a taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano — encerrando o ciclo de aumentos iniciado em setembro do ano passado. Desde então, foram sete elevações consecutivas. O ciclo de aperto começou quando a taxa passou de 10,50% ao ano para 10,75% ao ano, sendo elevada gradualmente até atingir o nível atual.
A Selic é o principal instrumento utilizado pelo Banco Central para controlar a inflação. Ao elevar os juros, o objetivo é desestimular o consumo e os investimentos, tornando o crédito mais caro e reduzindo a pressão sobre os preços. Isso, porém, também impacta o ritmo da atividade econômica.
De acordo com projeções recentes do mercado, é improvável que a taxa Selic volte a ficar abaixo dos dois dígitos durante o atual governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e enquanto Galípolo estiver na presidência do Banco Central.
A próxima reunião do Copom está prevista para os dias 16 e 17 de setembro. Até lá, o comitê seguirá monitorando os desdobramentos das políticas comerciais dos Estados Unidos e seus reflexos na economia brasileira.
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