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Haddad: ‘Taxa de juros está excessivamente restritiva’

Ministro afirma que a Selic está em nível restritivo e reforça que objetivo é colaborar com o Banco Central

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad - 29/01/2025 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

247 - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a criticar o patamar atual da taxa básica de juros (Selic), hoje em 15% ao ano, estabelecida pelo Banco Central. Em entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, nesta terça-feira (7), Haddad afirmou que os juros estão “excessivamente restritivos”, o que, segundo ele, compromete o ritmo da atividade econômica.

“Eu tenho dito que, na minha opinião, a taxa de juros está excessivamente restritiva. Isso é um desrespeito ao Banco Central? Não. O Banco Central tem o trabalho dele, eu tenho respeito institucional, independentemente de quem seja o presidente”, afirmou.

Relação com o Banco Central

O ministro ressaltou que a divergência de pontos de vista faz parte do processo democrático e destacou sua relação de confiança com o atual presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, que foi secretário-executivo da Fazenda durante sua gestão. “Não tem problema duas pessoas civilizadas conversarem e, inclusive, convergirem ou não sobre determinados temas”, afirmou Haddad.

Ele também frisou que a missão do Ministério da Fazenda é fornecer informações detalhadas sobre o desempenho da economia, contribuindo para que as decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) sejam cada vez mais técnicas. “Quanto mais informações nós fizermos chegar ao Banco Central, melhor vai ser a decisão que ele vai tomar”, explicou.

Indicadores positivos da economia

Durante a entrevista, Haddad destacou avanços recentes da economia brasileira em áreas como crescimento, emprego, redução da desigualdade e controle da inflação. Segundo ele, os resultados fiscais do governo Luiz Inácio Lula da Silva devem superar os das duas gestões anteriores.

“O trabalho que o presidente Lula está fazendo é de resgate da cidadania no Brasil. Veja que nós resgatamos todos os programas sociais que foram descontinuados pelos governos anteriores: Minha Casa, Minha Vida, Farmácia Popular, Desenrola, Crédito do Trabalhador. Tudo isso foi um trabalho de recuperação, reconstrução da economia”, declarou.

Renda, emprego e redução da desigualdade

O ministro também citou a valorização do salário mínimo, a elevação da média salarial dos trabalhadores e a recente aprovação da isenção do Imposto de Renda para mais de 10 milhões de brasileiros que recebem até R$ 5 mil mensais como medidas decisivas para diminuir a desigualdade social.

“Nós vamos também entregar um País menos desigual. Então se você pegar crescimento, desemprego, ganho de renda, inflação, resultado primário, se você conseguir entregar tudo isso com resultados melhores do que os que vêm acontecendo nos últimos 10, 12 anos, eu penso que você está fazendo um trabalho na direção correta, e é isso que nós estamos perseguindo”, concluiu Haddad.

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