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      GWM inaugura fábrica no Brasil e impulsiona presença chinesa no setor automotivo

      Produção do Haval H6 em Iracemápolis marca novo momento das montadoras chinesas no país, que lideram mercado de veículos eletrificados

      Fábrica da GWM em Iracemápolis (Foto: Divulgação/GWM)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 – A Great Wall Motor (GWM) inaugura nesta sexta-feira (15) sua fábrica em Iracemápolis (SP), dando início à produção nacional do SUV híbrido Haval H6. A informação foi publicada pelo jornal Valor Econômico. Essa é a primeira vez que uma montadora chinesa instala uma linha de produção no Brasil, ocupando o espaço que, até 2021, pertencia à Mercedes-Benz. O movimento simboliza uma nova etapa na presença das fabricantes chinesas no mercado automotivo nacional, marcado pela liderança no segmento de veículos eletrificados.

      De acordo com dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos (Fenabrave), de janeiro a julho deste ano as vendas de híbridos e elétricos cresceram 46,83% no Brasil, enquanto o mercado total avançou apenas 4,1%. As marcas chinesas responderam por 63,5% das vendas de veículos eletrificados, segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). A BYD lidera o setor, com 28,10% do mercado de híbridos e 76,78% entre os elétricos puros, e agora a GWM busca consolidar espaço com produção local.

      Estratégia de mercado e novos competidores

      A GWM inicia as operações em Iracemápolis com cerca de 700 empregados, produzindo inicialmente com peças importadas da China, mas com plano de acelerar a nacionalização para, em seguida, ampliar turnos e iniciar exportações. A maior parte das montadoras chinesas tem apostado em veículos com alto conteúdo tecnológico e acabamento sofisticado, mirando nichos menos explorados pelas gigantes tradicionais como Volkswagen e Fiat.

      Além da GWM e da BYD, que está construindo um grande complexo industrial na Bahia, outras empresas como a GAC demonstraram interesse em investir no Brasil, inclusive explorando tecnologias híbridas adaptadas ao uso de etanol. Marcas como Zeekr, Omoda e Jaecoo também começam a conquistar espaço, trazendo nomes pouco convencionais e estratégias de preço para competir com fabricantes de luxo como Audi, BMW e Mercedes-Benz.

      Parcerias e alianças globais

      A expansão chinesa no Brasil também envolve alianças estratégicas com fabricantes ocidentais. A Renault associou-se à Geely, e a Stellantis firmou parceria com a Lepmotor, buscando acelerar o desenvolvimento de veículos elétricos. Algumas empresas estudam trazer inclusive marcas icônicas, como a Hongqi, fabricante dos carros oficiais usados pelo presidente chinês Xi Jinping.

      A decisão da GWM de produzir no Brasil também responde à mudança no cenário tributário: a isenção do Imposto de Importação para carros elétricos acabou, e a tarifa subirá progressivamente até atingir 35% em julho de 2026. Com a produção local, a empresa se posiciona para manter competitividade no mercado e ampliar a participação no segmento de maior crescimento no país.

      A inauguração desta sexta-feira contará com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministros e autoridades, marcando oficialmente o início da nova operação da GWM e consolidando mais um passo na transformação do setor automotivo brasileiro.

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