BUENOS AIRES (Reuters) - A BYD anunciou nesta quarta-feira início das vendas de carros elétricos na Argentina, aproveitando a suspensão das tarifas de importação para veículos elétricos e híbridos no país e aumentando sua presença em rápido crescimento na América do Sul.
Os modelos à venda são o SUV elétrico Yuan Pro, SUV híbrido plug-in Song Pro e o Dolphin Mini. Todos eles têm um preço de menos de US$16.000 na origem, sem impostos e taxas, para aproveitar uma nova medida do governo argentino que permite até 50.000 veículos elétricos e híbridos sem tarifas em 2026.
As marcas chinesas dominam esse setor e a Argentina disse que espera que importações de cerca de 40.000 veículos elétricos e híbridos no país até o final de janeiro.
Normalmente, os carros importados de marcas que não têm operações de fabricação na Argentina ou em outros membros do Mercosul, que inclui o Brasil, pagam uma tarifa de 35%.
Stephen Deng, gerente nacional da BYD na Argentina, disse que a montadora pode atualmente importar cerca de 7.800 carros elétricos e híbridos sob uma alocação que lhe foi dada pela Argentina.
"Vemos um grande potencial no longo prazo para a Argentina desenvolver a eletromobilidade", disse Deng à Reuters no evento de lançamento da marca nesta quarta-feira, chamando a nova política de uma "tremenda oportunidade".
A Argentina tem o segundo maior mercado de automóveis da América do Sul, depois do Brasil, mas também tem a menor penetração de veículos elétricos da região.
De janeiro a agosto de 2025, apenas 486 carros elétricos de um total de 421.000 foram vendidos na Argentina, de acordo com Felipe Munoz, analista automotivo da JATO Dynamics. Durante anos, os importadores enfrentaram taxas de câmbio desfavoráveis para importar veículos elétricos, forçando muitos consumidores a comprarem carros com motor a combustão fabricados localmente.
O mercado geral de automóveis da Argentina cresceu 60,4% nos primeiros nove meses do ano em comparação com o mesmo período do ano anterior, impulsionado por reduções de tarifas e melhores linhas de crédito, segundo dados do setor.
"Em meio a todos esses altos e baixos, continuamos a vender veículos em um ritmo mais do que aceitável", disse Sebastian Beato, presidente da Associação de Concessionárias Automotivas da Argentina (ACARA), citando as oscilações cambiais e a turbulência política.

Guilherme Paladino

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Economia

BYD expande presença na América do Sul com lançamentos na Argentina

247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estará em Camaçari, na Bahia, nesta quinta-feira (9/10), para a inauguração da fábrica da montadora chinesa BYD.
“É o início de uma nova fase — o processo de contratação de trabalhadores e o início da produção, que vem sendo realizado em etapas. Já são 1,5 mil pessoas empregadas e, até o fim do próximo ano, chegaremos ao número previsto de 20 mil trabalhadores diretos e indiretos, atuando na fabricação de autopeças e em serviços em Camaçari”, postou o ministro da Casa Civil, Rui Costa, &nbsp;nas redes sociais, de acordo com o <a href="https://www.metropoles.com/brasil/lula-vai-a-bahia-inaugurar-fabrica-de-montadora-de-veiculos-chinesa">Metrópoles</a>.
O ministro destacou que a fábrica vai impulsionar a economia local e o desenvolvimento tecnológico do estado. Ele lembrou o impacto negativo deixado pelo fechamento da fábrica da Ford, em janeiro de 2021, que resultou na demissão de milhares de trabalhadores e afetou o comércio da cidade.
<h2>Investimento estratégico para o Brasil</h2>
“Ficamos tristes com a saída da Ford, mas trabalhamos duro — e hoje a Bahia abriga a principal montadora de carros elétricos e híbridos do mundo”, acrescentou Rui Costa.
Segundo o ministro, o investimento da BYD também reflete a transformação do setor automobilístico nacional. “Em todo o Brasil, já são R$ 130 bilhões em investimentos em montadoras que se instalam e ampliam suas operações em diversos estados. A chegada da BYD ao país sacudiu o mercado automobilístico e impulsiona uma transformação: moderniza a frota, gera mais empregos, estimula a inovação e amplia a demanda por profissionais qualificados”, completou.
<h2>Expansão recorde da fábrica baiana</h2>
O presidente da BYD, Wang Chuanfu, também desembarcará em Camaçari na quinta-feira &nbsp;para inaugurar oficialmente a nova fábrica, resultado de um investimento inicial de R$ 3 bilhões. O empresário aproveitará a visita para anunciar um plano que dobrará a capacidade de produção anual: de 300 mil para 600 mil veículos.&nbsp;
Com essa ampliação, o investimento total deve ultrapassar R$ 6 bilhões. A unidade, que já opera em fase de testes desde julho, é a maior fora da Ásia e tem papel estratégico na ambição da empresa de figurar entre as três maiores montadoras do Brasil até 2028.

Paulo Emilio

Encontro entre representantes do governo Lula e do grupo automotivo chinês BYD

Nordeste

Lula visita Camaçari para inauguração da BYD nesta quinta-feira

247 - As vendas da BYD na Europa registraram um salto expressivo em agosto, consolidando o avanço das montadoras chinesas no mercado de veículos elétricos. De acordo com dados da Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA), divulgados pela Dow Jones Newswires e reproduzidos pelo Estadão Conteúdo, os registros de carros da marca na União Europeia triplicaram em comparação ao mesmo período de 2023, alcançando 9.130 unidades.
Considerando também Reino Unido, Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça, o número sobe para 11.455 emplacamentos, mais que o triplo em relação ao ano passado. Esse desempenho reforça a presença da BYD no continente, em um momento em que rivais tradicionais encontram dificuldades para impulsionar a adoção de veículos elétricos entre os consumidores.
<h3>Tesla em queda</h3>
O mesmo relatório mostra que a Tesla, empresa do atual presidente dos Estados Unidos Elon Musk, enfrenta retração no mercado europeu. Em agosto, os registros de seus veículos caíram 37% na União Europeia, totalizando 8.220 unidades. A queda prolonga uma sequência de resultados mensais fracos ao longo de 2024, contrastando com o crescimento geral do setor.
No bloco europeu, as vendas de veículos totalmente elétricos subiram 30% em relação ao ano anterior, com destaque para a Alemanha, onde o avanço foi de 46%. Já os híbridos a combustão tiveram alta de 14%, enquanto os híbridos plug-in cresceram 54,5%.
<h3>Concorrência chinesa</h3>
Além da BYD, a estatal chinesa SAIC Motor também registrou desempenho robusto. Seus modelos tiveram um aumento de 59% nos novos registros, totalizando 12.822 veículos em agosto apenas na União Europeia. A competitividade das marcas chinesas se deve principalmente à ampla variedade de modelos e preços mais acessíveis, fator que tem acelerado a transição elétrica na região.
<h3>Participação de mercado em disputa</h3>
A ascensão das montadoras chinesas pressiona fabricantes tradicionais europeus, que ainda enfrentam dificuldades em ampliar margens e convencer consumidores a migrar definitivamente para veículos elétricos. A inclusão da BYD nos relatórios mensais da ACEA ocorreu justamente após a marca ter superado a Tesla em vendas no continente em julho, consolidando sua posição como ameaça direta aos líderes do setor.

Luis Mauro Filho

Placa da BYD no local da fábrica da empresa em Camaçari, na Bahia - 17/11/2024


Mundo

BYD dispara nas vendas e supera Tesla na Europa

247 – A General Motors decidiu enfrentar de forma direta a concorrência das montadoras chinesas no mercado de carros elétricos de entrada no Brasil. Segundo <a href="https://valor.globo.com/empresas/noticia/2025/09/14/gm-vai-competir-com-chineses-no-mercado-brasileiro-com-carro-eltrico-importado-da-china.ghtml">reportagem do Valor Econômico</a>, a empresa passou a vender o Chevrolet Spark no país, com preço sugerido de R$ 159.900,00 (cerca de US$ 29.888). O valor coloca o modelo em disputa direta com o Dolphin, da BYD, que já se consolidou como um dos mais procurados na mesma faixa de preço.
Apesar de ser apresentado como Chevrolet, o Spark é um produto chinês. Ele nasce da parceria da GM com as montadoras Saic e Wuling, sendo conhecido na China como “Baojun Yep Plus”. Inicialmente importado, o modelo passará a ser montado no Brasil ainda este ano.
<h2>Produção no Ceará em antiga fábrica da Troller</h2>
A GM anunciou que o Spark será produzido na planta de Horizonte, no estado do Ceará, que antes pertencia à Troller, marca adquirida pela Ford em 2007 e descontinuada em 2021. O início da montagem está previsto para o fim de 2025, com capacidade projetada de 400 unidades por mês.
A decisão é considerada estratégica por especialistas, que destacam a importância de nacionalizar parte da produção para reduzir custos, ampliar escala e disputar espaço em um segmento que cresce rapidamente no país.
<h2>Disputa com BYD e GWM</h2>
Com o movimento, a GM se junta à BYD e à GWM, que já anunciaram a produção de carros elétricos no Brasil em antigas fábricas da Ford. A BYD prepara sua operação em Camaçari, na Bahia, enquanto a GWM já iniciou atividades em Iracemápolis, no interior de São Paulo.
Em comunicado, a montadora americana afirmou: “Essa iniciativa representa o primeiro passo rumo à industrialização da tecnologia elétrica sob a marca Chevrolet no Brasil, ampliando a oferta de soluções de mobilidade e fortalecendo a cadeia de fornecedores local”.
<h2>Consolidação da estratégia elétrica</h2>
A chegada do Spark marca um novo capítulo da estratégia de eletrificação da GM no Brasil. A empresa aposta em um modelo chinês para competir diretamente com rivais que dominam o setor e aposta na produção nacional como diferencial competitivo.
O mercado brasileiro de elétricos ainda é pequeno, mas cresce de forma acelerada, e o Spark pode se tornar a porta de entrada para que a GM amplie seu portfólio no país nos próximos anos.

Redação Brasil 247

Linha produção de carros elétricos na China

GM traz carro elétrico chinês para competir com os chineses no Brasil

247 – De acordo com o <a href="https://www.yicaiglobal.com/flashdetail/96745253428933">jornal Yicai Global</a>, a gigante chinesa BYD apresentou um forte desempenho financeiro no primeiro semestre de 2025. O lucro líquido da companhia subiu 14% em relação ao mesmo período do ano anterior, totalizando US$ 5,1 bilhões. A receita também teve alta significativa de 23%, alcançando US$ 51,6 bilhões.
A BYD consolidou-se como líder mundial no mercado de veículos elétricos e híbridos, conquistando espaço não apenas na China, mas também em regiões estratégicas como Europa, América Latina e Sudeste Asiático. O crescimento é atribuído a uma combinação de preços competitivos, investimentos em inovação tecnológica e uma estratégia agressiva de expansão internacional.
Além da fabricação de automóveis, a empresa vem investindo em soluções para mobilidade elétrica, incluindo a produção de baterias e sistemas de transporte coletivo sustentável, ampliando sua relevância no setor de energia limpa.
<h2>Concorrência acirrada e perspectivas</h2>
Apesar do desempenho expressivo, a BYD enfrenta concorrência crescente de montadoras como Tesla, Volkswagen e fabricantes japoneses, que ampliam suas apostas em veículos elétricos.
Mesmo diante dessa disputa, analistas apontam que a empresa mantém uma posição estratégica privilegiada, sustentada por sua capacidade de produção em larga escala e pela integração vertical da cadeia de valor, que vai desde a fabricação de baterias até tecnologias avançadas de propulsão.

Linha de montagem da BYD em Zhengzhou, na província de Henan, na China

Lucro da BYD cresce 14% no primeiro semestre e receita dispara com expansão global

247 – A China construiu a maior rede de recarga de veículos elétricos (VE) do mundo durante os cinco anos do 14º Plano Quinquenal (2021-2025). A informação foi destacada pelo Global Times, que repercutiu declaração de Wang Hongzhi, diretor da Administração Nacional de Energia (NEA), em entrevista coletiva realizada pelo Gabinete de Informação do Conselho de Estado.
Segundo Wang, atualmente o país conta com, em média, duas estações de recarga para cada cinco veículos elétricos. Ele destacou que esse processo simboliza o avanço mais acelerado da história chinesa em direção à transição verde e de baixo carbono.
<h2>Avanços na matriz energética</h2>
De acordo com o representante da NEA, o consumo de energia nos primeiros quatro anos do atual Plano Quinquenal foi 1,5 vez maior que o crescimento total registrado em todo o período anterior (2016-2020). Além disso, apenas a expansão no consumo elétrico da China nos últimos cinco anos deve superar o consumo anual total da União Europeia.
Outro marco apontado por Wang foi o salto na participação das energias renováveis: a fatia de fontes limpas na capacidade instalada de geração passou de 40% para cerca de 60%. O dirigente ressaltou ainda a rápida expansão da geração eólica e solar, que superaram, sucessivamente, as marcas de 100 milhões, 200 milhões e 300 milhões de quilowatts instalados ao ano.
<h2>Liderança em inovação tecnológica</h2>
Wang afirmou que a China assumiu posição de liderança global em novas tecnologias energéticas, com mais de 40% das patentes mundiais do setor. Ele destacou que recordes em eficiência de conversão fotovoltaica e capacidade de turbinas eólicas offshore vêm sendo constantemente superados. Em apenas alguns anos, o país alcançou também a maior capacidade de armazenamento de energia do planeta.
<h2>Expansão do mercado e setores emergentes</h2>
A transformação verde impulsionou o dinamismo do mercado. Hoje, o país soma 970 mil empresas registradas no setor elétrico, número cinco vezes maior do que em 2020.
Du Zhongming, diretor do Departamento de Eletricidade da NEA, acrescentou que apenas em 2024 o consumo elétrico da indústria de veículos elétricos cresceu 34,3% em relação ao ano anterior, enquanto o setor de internet e serviços correlatos avançou 20,5%. Entre janeiro e julho de 2025, a demanda por recarga e troca de baterias aumentou mais de 40%.
“Esses números demonstram que o crescimento das indústrias emergentes aumentou a participação da eletricidade no consumo total de energia, promoveu o ajuste estrutural e impulsionou a transformação verde”, afirmou Du.
<h2>Perspectivas para o próximo ciclo</h2>
Com o fim do 14º Plano Quinquenal se aproximando, Wang destacou que a China conseguiu garantir segurança energética e pavimentar um caminho próprio de desenvolvimento de alta qualidade. Para o próximo ciclo (2026-2030), o dirigente assegurou que o país “não poupará esforços para avançar na construção de um novo sistema energético”, consolidando uma base sólida para sustentar a modernização chinesa.

Sistema de recarga de veículos elétricos na China

Global Times

China consolida maior rede mundial de recarga de veículos elétricos até 2025

247 - A metrópole de Shenzhen, no sul da China, deu início a um ambicioso programa de incentivo para estimular proprietários de veículos de nova energia (NEVs) a utilizar eletricidade proveniente de fontes renováveis em suas recargas. A informação foi divulgada pela <a href="https://xhnewsapi.xinhuaxmt.com/share/news_pc?id=1115106328883200&amp;showType=3002&amp;utdId=09ac6ebb9873620c10be3deaacd55dab&amp;version=4.1.0">Agência Xinhua</a>, que destacou o lançamento oficial da iniciativa batizada de “Carro Verde, Eletricidade Verde”.
Pela nova regra, motoristas que acumularem 1.000 kWh em recargas em qualquer uma das 11 estações de eletricidade verde espalhadas pela cidade terão direito a um certificado verde personalizado, emitido pela Administração Nacional de Energia (NEA). Durante o evento de lançamento, na estação de supercarregamento Lianhuashan, os participantes receberam um selo simbólico da campanha e um cartão de recarga no valor de 50 yuans (cerca de US$ 7).
O certificado verde é um documento comercial que comprova o uso de energia renovável — eólica, solar ou biomassa. Segundo Cheng Kun, executivo do escritório de fornecimento de energia de Shenzhen da China Southern Power Grid, essa certificação representa “uma prova confiável do apoio do proprietário ao desenvolvimento verde e de baixo carbono e de sua contribuição à proteção ambiental”.
A China implementou o sistema de certificados verdes em caráter piloto em 2017. Em dezembro de 2023, a NEA distribuiu o primeiro lote. Apenas entre janeiro e junho de 2025, foram emitidos mais de 1,37 bilhão de certificados, dos quais 348 milhões já foram transacionados em todo o país.
De acordo com a China Southern Power Grid, as 11 estações de Shenzhen operam hoje com 100% de energia renovável, adquirida via comércio de eletricidade verde ou fornecida por diferentes províncias.
A iniciativa foi estruturada a partir de diretrizes divulgadas em março pela Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (NDRC) e outros órgãos federais, que defendem a expansão das estações de recarga verde como forma de impulsionar o consumo de energia limpa no setor de transportes.
A prática já se espalha por outras regiões. Em Jingjiang, província de Jiangsu, as estações exibem nas telas a mensagem: “A eletricidade que está sendo carregada é 100% eletricidade verde”. Para motoristas como Wang Xiaodong, proprietário de um NEV, a mudança é perceptível: “Eu costumava me concentrar apenas na rapidez com que conseguia carregar meu veículo, mas agora também consigo ver as contribuições ambientais que estou fazendo”, afirmou, exibindo o certificado digital que comprova a origem da energia usada em seu carro.
A adesão ao modelo sustentável já é realidade em mais de 200 postos de recarga em rodovias de Jiangsu, que atingiram 100% de fornecimento verde. Pequim também anunciou, em maio do ano passado, que adotará medidas inovadoras para ampliar o consumo de eletricidade renovável nos veículos elétricos.
A política de incentivo, segundo a reportagem, se insere no compromisso chinês de atingir o pico das emissões de carbono até 2030 e a neutralidade até 2060. Em julho, Zhou Haibing, vice-presidente da NDRC, destacou que a capacidade instalada de energia renovável já alcançou 2,09 bilhões de quilowatts, mais que o dobro do registrado no 13º Plano Quinquenal (2016-2020).
O mercado de veículos de nova energia acompanha esse crescimento: 31,4 milhões de NEVs circulavam na China em 2024, contra 4,92 milhões no fim do ciclo 2016-2020. Shenzhen, com sua nova iniciativa, desponta como referência mundial na integração entre transporte elétrico e energia limpa.

China avança em programa para incentivar recarga de carros elétricos com energia 100% renovável

247 - “É sempre motivo de orgulho quando a gente inaugura uma coisa que vai gerar desenvolvimento e emprego para o nosso país”, afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta sexta-feira (15), durante a inauguração da nova fábrica da Great Wall Motor (GWM) Brasil, em Iracemápolis, interior paulista. A unidade é a primeira da montadora chinesa tanto no Brasil quanto nas Américas, marcando um investimento estratégico voltado à produção de veículos híbridos e elétricos. O presidente destacou a importância da escolha do Brasil pela GWM. “Quero dizer aos companheiros da GMW: vocês vieram para o país certo, que tem um povo trabalhador, muito trabalhador. É um povo que aprende as coisas com muita facilidade. É por isso que nós temos uma relação muito forte com a China. É por isso que a China é o nosso principal parceiro comercial e é por isso que a gente vai tentar brigar para que o comércio mundial seja equilibrado”, declarou Lula. O chefe do Executivo ainda incentivou a montadora a usar o país como plataforma para expansão na América Latina. “Façam do Brasil uma base, uma plataforma, para vocês venderem o produto de vocês na América Latina. E contem com o governo brasileiro. Aquilo que a gente puder fazer para que outras indústrias venham para cá, para que outros empregos sejam gerados, nós iremos fazer”, acrescentou.  <figure><img src="https://cdn.brasil247.com/pb-b247gcp/swp/jtjeq9/media/20250815180828_299ebb5157712a0bdc30e7acccc33b72a94a1460adf4879a257ebe972cb1e4a0.png" data-media-id="editor_0" data-image-id="20250815180828_299ebb5157712a0bdc30e7acccc33b72a94a1460adf4879a257ebe972cb1e4a0" data-rendition-name="original" width="1572" height="918" loading="lazy" alt="lula-gwm"><figcaption>Inauguração da linha de produção e cerimônia de inauguração da fábrica da GWM Brasil - 15.08.2025 - Iracemápolis (SP)(Photo: Ricardo Stuckert/PR)Ricardo Stuckert/PR</figcaption></figure>  <h2>Inovação e incentivo à indústria</h2> A GWM Brasil tornou-se a primeira montadora habilitada no Programa MOVER, iniciativa do governo que estimula inovação, descarbonização e qualificação da cadeia automotiva, alinhada à Nova Indústria Brasil (NIB). Lula reforçou que o governo está comprometido em recuperar a produção, fortalecer a indústria automobilística e melhorar a qualidade dos salários, comparando o cenário atual com o final de seu segundo mandato, em 2010, quando o país vendia 3,6 milhões de veículos, quase o dobro dos 1,6 milhão de 2025. “É por isso que nós estamos recuperando a indústria. É por isso que o Alckmin anunciou R$ 180 bilhões de investimentos na indústria automobilística. É por isso que nós criamos a Nova Indústria Brasil. É por isso que eu aposto na melhoria da qualidade do salário das pessoas”, disse. <h2>Produção e empregos</h2> A fábrica tem capacidade inicial para produzir 30 mil veículos por ano, com meta de alcançar 50 mil até 2026. O investimento total é de R$ 4 bilhões e deverá gerar cerca de 1 mil empregos diretos até o final de 2026, além de mobilizar mais de 100 fornecedores locais. A previsão é que 60% do conteúdo nacional seja incorporado à produção até 2026. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, ressaltou o impacto da Nova Indústria Brasil, lançada em 2024, que prevê R$ 300 bilhões em investimentos até 2026. “São R$ 180 bilhões de investimentos que estão sendo realizados no Brasil só na indústria automotiva. O Brasil tem a 8ª maior indústria automotiva do mundo e são sete novas montadoras no Brasil, e a GWM é o top, é a campeã da inovação. Essa indústria terá um centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação, porque o presidente Lula lançou, para apoiar a inovação, R$ 101 bilhões de crédito”, disse. Alckmin também destacou a qualidade da mão de obra brasileira e a importância da Reforma Tributária para aumentar a competitividade da indústria. “Nós temos os melhores trabalhadores e trabalhadoras do mundo. Eles são tão bons que um trabalhador da indústria virou presidente da República: o presidente Lula. Gostaria de destacar também a Reforma Tributária, que vai impulsionar a indústria brasileira, que está super tributada. Vai simplificar o modelo tributário brasileiro, vai desonerar totalmente investimento e exportação”, afirmou.  <figure><img src="https://cdn.brasil247.com/pb-b247gcp/swp/jtjeq9/media/20250815190816_102c3d737b36909a0c94d75207ce6a2789446774275fc669658040838328ab08.jpg" data-media-id="editor_1" data-image-id="20250815190816_102c3d737b36909a0c94d75207ce6a2789446774275fc669658040838328ab08" data-rendition-name="original" width="3600" height="1980" loading="lazy" alt="Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, ao lado de ministros brasileiros, do embaixador da China no Brasil (Zhu Qingqiao) e de executivos da GWM durante visita à linha de produção e cerimônia de inauguração da Fábrica da GWM Brasil"><figcaption>Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, ao lado de ministros brasileiros, do embaixador da China no Brasil (Zhu Qingqiao) e de executivos da GWM durante visita à linha de produção e cerimônia de inauguração da Fábrica da GWM Brasil(Photo: Ricardo Stuckert / PR )Foto: Ricardo Stuckert / PR</figcaption></figure>  O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, reforçou que gerar empregos é cuidar do povo. “O presidente Lula sempre diz que governar é cuidar. Cuidar do povo trabalhador, crianças, jovens, homens e mulheres. Cuidar para que não haja preconceito e discriminação. Cuidar das pessoas é gerar empregos e pensar na economia. A reindustrialização que nós estamos executando no Brasil talvez seja a motivação, junto com o talento da classe trabalhadora brasileira”, disse. Marinho ressaltou ainda a participação expressiva da juventude no mercado de trabalho, contrapondo-se à ideia de que os jovens não têm interesse em trabalhar. “Quando vejo os dados do Caged, mês a mês, e observo que 80% das vagas preenchidas na indústria, no comércio, no serviço, 4,4 milhões a mais, são de jovens com menos de 24 anos de idade. A juventude quer trabalhar, sim, quer trabalhar e estudar”, afirmou. <h2>GWM e o futuro da mobilidade elétrica</h2> A nova fábrica inicia a produção de veículos híbridos e elétricos com três modelos: Haval H6, Poer e H9. A GWM Brasil já recebeu a certificação ISO 9001:2015 e atua globalmente em mais de 150 países, com 80 mil colaboradores e 13 centros de P&amp;D distribuídos em quatro países. Mu Feng, presidente da GWM Global, destacou a importância da unidade brasileira para a estratégia internacional da empresa. “Hoje vamos testemunhar um marco importante na jornada da globalização da GWM. O início oficial da fábrica de Iracemápolis no Brasil. A fábrica não é apenas um firme compromisso com o mercado brasileiro, como também um ponto de partida para criar um futuro em conjunto com os nossos parceiros latino-americanos”, afirmou. Durante a cerimônia, foram anunciados a implantação de um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da GWM no Brasil, a doação de R$ 500 mil para salas de recursos multifuncionais voltadas a crianças autistas em escolas de Iracemápolis e a entrega da certificação internacional “Great Place to Work” à GWM Brasil. <h2>Significado para a cidade e para a diplomacia</h2> A prefeita de Iracemápolis, Nelita Michel, ressaltou o valor simbólico da inauguração para a cidade. “Hoje é um dia ímpar para nossa cidade e para todos que fazem parte dessa história. Sempre que comentava sobre essa inauguração, me vinha à mente um filme mostrando todo esse caminho que percorremos para viver esse momento. Investimentos em infraestrutura com recursos próprios e também com apoio do governo estadual e federal”, declarou. O embaixador da China no Brasil, Zhu Qingqiao, destacou a parceria consolidada entre os dois países e celebrou a chegada da GWM como mais um exemplo concreto dessa união. “Há 51 anos, China e Brasil estabeleceram as relações diplomáticas e inauguraram uma nova fase em seus laços. Hoje mesmo, a GWM tornou-se um novo membro da família de marcas chinesas e fabricação no Brasil, algo que merece ser celebrado por ambas as partes. O Sul Global cresce de forma notável, desempenhando um papel cada vez mais construtivo na defesa da paz mundial e da promoção do desenvolvimento comum”, disse.

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante visita à linha de produção e cerimônia de inauguração da Fábrica da GWM Brasil

"Vocês vieram ao país certo, que tem um povo trabalhador", diz Lula na inauguração da primeira fábrica da GWM nas Américas

247 – A Great Wall Motor (GWM) inaugura nesta sexta-feira (15) sua fábrica em Iracemápolis (SP), dando início à produção nacional do SUV híbrido Haval H6. A informação foi publicada pelo <a href="https://valor.globo.com/empresas/noticia/2025/08/14/gwm-inicia-novo-capitulo-das-chinesas-no-pais.ghtml">jornal Valor Econômico</a>. Essa é a primeira vez que uma montadora chinesa instala uma linha de produção no Brasil, ocupando o espaço que, até 2021, pertencia à Mercedes-Benz. O movimento simboliza uma nova etapa na presença das fabricantes chinesas no mercado automotivo nacional, marcado pela liderança no segmento de veículos eletrificados.
De acordo com dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos (Fenabrave), de janeiro a julho deste ano as vendas de híbridos e elétricos cresceram 46,83% no Brasil, enquanto o mercado total avançou apenas 4,1%. As marcas chinesas responderam por 63,5% das vendas de veículos eletrificados, segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). A BYD lidera o setor, com 28,10% do mercado de híbridos e 76,78% entre os elétricos puros, e agora a GWM busca consolidar espaço com produção local.
<h2>Estratégia de mercado e novos competidores</h2>
A GWM inicia as operações em Iracemápolis com cerca de 700 empregados, produzindo inicialmente com peças importadas da China, mas com plano de acelerar a nacionalização para, em seguida, ampliar turnos e iniciar exportações. A maior parte das montadoras chinesas tem apostado em veículos com alto conteúdo tecnológico e acabamento sofisticado, mirando nichos menos explorados pelas gigantes tradicionais como Volkswagen e Fiat.
Além da GWM e da BYD, que está construindo um grande complexo industrial na Bahia, outras empresas como a GAC demonstraram interesse em investir no Brasil, inclusive explorando tecnologias híbridas adaptadas ao uso de etanol. Marcas como Zeekr, Omoda e Jaecoo também começam a conquistar espaço, trazendo nomes pouco convencionais e estratégias de preço para competir com fabricantes de luxo como Audi, BMW e Mercedes-Benz.
<h2>Parcerias e alianças globais</h2>
A expansão chinesa no Brasil também envolve alianças estratégicas com fabricantes ocidentais. A Renault associou-se à Geely, e a Stellantis firmou parceria com a Lepmotor, buscando acelerar o desenvolvimento de veículos elétricos. Algumas empresas estudam trazer inclusive marcas icônicas, como a Hongqi, fabricante dos carros oficiais usados pelo presidente chinês Xi Jinping.
A decisão da GWM de produzir no Brasil também responde à mudança no cenário tributário: a isenção do Imposto de Importação para carros elétricos acabou, e a tarifa subirá progressivamente até atingir 35% em julho de 2026. Com a produção local, a empresa se posiciona para manter competitividade no mercado e ampliar a participação no segmento de maior crescimento no país.
A inauguração desta sexta-feira contará com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministros e autoridades, marcando oficialmente o início da nova operação da GWM e consolidando mais um passo na transformação do setor automotivo brasileiro.

GWM inaugura fábrica no Brasil e impulsiona presença chinesa no setor automotivo

247 – As exportações de automóveis da China atingiram 575 mil unidades em julho, registrando um aumento de 22,6% em relação ao mesmo mês do ano passado, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (11) pela Associação Chinesa de Fabricantes de Automóveis (CAAM), <a href="https://www.globaltimes.cn/page/202508/1340585.shtml">informou o Global Times</a>. O avanço foi impulsionado principalmente pelo desempenho dos veículos nova energia (NEVs), categoria que inclui modelos elétricos e híbridos.
De janeiro a julho, o país exportou 3,68 milhões de veículos, alta de 12,8% no comparativo anual. Os NEVs foram o motor desse crescimento: somente em julho, mais de 225 mil unidades foram embarcadas, 10% a mais que em junho e mais que o dobro do registrado no mesmo período de 2024.
Segundo a CAAM, a produção doméstica de NEVs no mês alcançou 1,243 milhão de unidades, enquanto as vendas internas somaram 1,262 milhão, o que representa aumentos de 26,3% e 27,4% na comparação anual. Com isso, os modelos elétricos e híbridos responderam por 48,7% de todos os automóveis vendidos no país em julho.
No acumulado dos sete primeiros meses de 2025, a China produziu 8,232 milhões de NEVs e comercializou 8,22 milhões, crescimento de 39,2% e 38,5% em relação ao mesmo período do ano passado. Esses veículos já representam 45% de todas as vendas de automóveis novos no país, consolidando a liderança chinesa no mercado global de eletrificação automotiva.
A forte expansão das exportações e a elevada participação dos NEVs nas vendas internas refletem a estratégia chinesa de acelerar a transição para tecnologias mais limpas, com investimentos maciços em infraestrutura de recarga, incentivos fiscais e avanços na produção de baterias.

Exportações de automóveis da China crescem 22,6% em julho com impulso dos veículos elétricos

Entrevistas

247 – A Tesla registrou o pior resultado trimestral em dez anos, sinalizando os efeitos da crescente concorrência no setor automotivo, da queda nas entregas e do desgaste de imagem vinculado ao seu CEO, Elon Musk. Segundo <a href="https://valor.globo.com/empresas/noticia/2025/07/23/lucro-da-tesla-de-elon-musk-recua-16percent-no-2o-trimestre-para-us-117-bi.ghtml">matéria publicada pelo jornal Valor Econômico</a> nesta quarta-feira (23), a empresa reportou lucro ajustado de US$ 0,40 por ação, levemente abaixo das expectativas dos analistas. A receita total caiu 12%, somando US$ 22,5 bilhões no segundo trimestre — a maior retração desde a ascensão da montadora no mercado global.
Apesar do tombo, o relatório trimestral evitou surpresas negativas adicionais e reafirmou os planos da Tesla para o desenvolvimento de robotáxis e veículos acessíveis. “Apesar de um ambiente macroeconômico incerto e persistente, resultante de mudanças nas tarifas, impactos incertos de mudanças na política fiscal e sentimento político”, declarou a empresa em comunicado aos investidores.
<h3>Queda nas entregas e nos créditos regulatórios</h3>
A queda na receita foi impulsionada principalmente pela redução nas entregas de veículos, menor preço médio de venda e declínio da receita com créditos regulatórios — um dos pilares financeiros da Tesla nos últimos anos. Apenas essa última linha de receita encolheu mais de 26% no trimestre, totalizando US$ 439 milhões, ante US$ 595 milhões no primeiro trimestre e US$ 890 milhões no mesmo período do ano anterior.
Esse recuo está diretamente ligado às mudanças regulatórias promovidas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que iniciou seu segundo mandato em janeiro de 2025. A nova administração vem eliminando penalidades para montadoras que descumprem metas federais de eficiência energética, reduzindo significativamente o mercado para esses créditos, historicamente negociados por empresas como a Tesla.
<h3>Investidores divididos sobre o futuro da empresa</h3>
Enquanto os resultados decepcionaram parte do mercado, alguns investidores continuam apostando no futuro da Tesla como uma empresa de tecnologia e inteligência artificial, em vez de uma simples fabricante de automóveis.
“Se alguém pensa que a Tesla é, em sua essência, apenas um negócio automobilístico, então os resultados foram ruins”, afirmou Adam Crisafulli, fundador da consultoria Vital Knowledge. “Se alguém pensa que a Tesla é um gigante da IA/robótica, provavelmente terá a mesma opinião sobre suas perspectivas após o lançamento do segundo trimestre que tinha antes.”
A margem bruta, apesar de todas as quedas, superou a média das estimativas, sinalizando alguma resiliência na estrutura de custos da empresa. Ainda assim, as ações da Tesla acumulam queda de 18% em 2025, mesmo após alguma recuperação entre abril e julho.
<h3>Imagem desgastada e polarização política</h3>
Outro fator que pesou sobre a marca foi a crescente polarização política nos Estados Unidos. Elon Musk, que apoiou abertamente o presidente Donald Trump e chegou a atuar brevemente como assessor do governo, provocou insatisfação entre parte da tradicional base de consumidores da Tesla, historicamente associada à centro-esquerda e à pauta ambientalista.
Críticas públicas às tentativas de Musk de cortar gastos governamentais e sua presença ativa nas redes sociais também contribuíram para o desgaste da imagem da empresa. Analistas apontam que, embora o segmento de supercarregadores tenha apresentado crescimento, outras frentes de negócios, como geração e armazenamento de energia, também registraram queda de receita.
<h3>Robotáxis ainda sem cronograma</h3>
Por ora, o principal ponto de atenção dos investidores é o projeto de robotáxis, que Musk vem promovendo como a próxima fronteira da Tesla. A empresa reafirmou seu compromisso com o desenvolvimento da tecnologia, especialmente em Austin, no Texas, mas não ofereceu prazos ou datas para a expansão do serviço em outras cidades.
O resultado do segundo trimestre deixa claro que a Tesla está diante de um momento decisivo: manter a confiança do mercado depende não apenas da inovação tecnológica, mas da capacidade de reconstruir sua reputação em um ambiente cada vez mais competitivo e politicamente dividido.

Um modelo em miniatura impresso em 3D de Elon Musk e o logotipo da Tesla são vistos nesta ilustração tirada em 23 de janeiro de 2025

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