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      Gestores projetam continuidade da alta do Ibovespa no 2º semestre, indica XP

      Relatório revela otimismo de investidores institucionais com Bolsa brasileira, impulsionados por dólar fraco, queda nos juros e cenário eleitoral

      Bolsa de Valores (Foto: Amanda Perobelli / Reuters)
      Luis Mauro Filho avatar
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      247 - A valorização do Ibovespa deve se estender para além do primeiro semestre de 2025, conforme revela relatório da XP divulgado nesta semana. A casa de investimentos ouviu diversas gestoras institucionais e identificou um sentimento majoritariamente positivo em relação ao mercado acionário brasileiro. 

      Mesmo após uma alta de cerca de 12% acumulada nos seis primeiros meses do ano, 65% das gestoras consultadas disseram que pretendem aumentar sua exposição à Bolsa, enquanto 31% afirmaram que vão mantê-la e apenas 4% indicaram intenção de reduzir a posição em renda variável.

      O relatório aponta três pilares centrais para o otimismo dos gestores: a persistência da migração de investimentos estrangeiros para mercados fora dos Estados Unidos, o atual ciclo de desaceleração da inflação e dos juros, e o início do chamado “trade eleitoral” — movimento típico de antecipação de apostas às vésperas de pleitos majoritários.

      Dólar em queda favorece emergentes como o Brasil

      Outro elemento que tem impulsionado o apetite por ativos brasileiros é a queda do dólar. A moeda norte-americana registrou desvalorização de cerca de 12% no primeiro semestre, contrariando expectativas de alta. Para Fernando Ferreira, estrategista-chefe e head de research da XP, embora o recuo tenha surpreendido, os efeitos da gestão de Donald Trump já estavam no radar. “Fazia parte da nossa tese”, afirmou.

      Rogério Poppe, gerente de portfólio da ARX Investimentos, também destacou o impacto desse cenário no desempenho da Bolsa. “Tivemos um final de ano muito negativo para o preço dos ativos de Brasil. A percepção que temos não é de que agora o mercado vai reverter a média, tirar esse movimento de alta”, disse. Ele associou parte do movimento positivo ao “respiro” causado pela fuga de capital dos Estados Unidos, impulsionada pela política comercial da atual administração republicana. “A partir das tarifas com Trump, tem o evento da saída dos ativos americanos para países emergentes. O Brasil tem liquidez, uma característica mais cíclica e se beneficiou disso.”

      Ibovespa pode alcançar os 147 mil pontos até dezembro

      Segundo as projeções compiladas pela XP, há expectativa de que o principal índice da Bolsa brasileira atinja o patamar de 147 mil pontos até o fim do ano. Já o dólar deve se manter entre R$ 5,40 e R$ 5,60, de acordo com a média das gestoras ouvidas.

      José Luiz Torres Junior, gestor da Genoa Capital, avalia que um ambiente de dólar fraco combinado com estabilidade nas commodities cria um cenário propício para a Bolsa. “Se tiver um cenário de dólar mais fraco em que as commodities não colapsem, é um cenário favorável para investimento em bolsa brasileira”, afirmou.

      A Genoa, que havia zerado sua posição no Brasil em novembro de 2024, retomou gradualmente sua exposição aos ativos locais desde o início do ano. Atualmente, quase metade de sua carteira está alocada no mercado brasileiro. Ainda assim, Torres observa que o otimismo com os Estados Unidos não desapareceu: “Não há motivos para acreditar no fim da tese do ‘excepcionalismo americano’. O movimento de aposta nas empresas americanas pode ter sido exagerado, mas ainda são as melhores, especialmente no setor de inteligência artificial generativa.”

      Inflação e juros em queda aumentam atratividade

      Fernando Ferreira reforça que o novo ciclo de política monetária tende a beneficiar a renda variável. “Agora migramos para um regime de inflação ainda alta e os juros já começaram a cair [ele analisa a taxa longa de DI, não a Selic]. Historicamente é um regime bom para a bolsa, mas o próximo, de inflação e juros para baixo, é melhor para a bolsa historicamente em termos de retorno.”

      O estrategista da XP também observa que a entrada no segundo semestre marca o início da precificação do ciclo eleitoral, o que historicamente aumenta a atratividade dos ativos de risco no país. No entanto, ele faz um alerta: com a valorização recente, os valuations podem ficar mais apertados.

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