Estados podem perder R$ 19 bilhões com tarifa dos EUA, alerta CNI
Ceará, Espírito Santo e Paraíba estão entre os mais prejudicados caso a sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros entre em vigor
247 - Caso entre em vigor na próxima sexta-feira (1), a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros anunciada pelos Estados Unidos pode causar uma perda superior a R$ 19 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB) de diversos estados brasileiros. O alerta foi feito pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), com base em dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).
Segundo o UOL, o levantamento aponta que as unidades da federação com maior dependência das exportações para o mercado estadunidense tendem a ser as mais atingidas, especialmente Ceará, Espírito Santo e Paraíba. Esses estados, proporcionalmente, podem sofrer mais que São Paulo, ainda que este último concentre o maior prejuízo em valores absolutos.
Em 2024, os Estados Unidos responderam por 44,9% das exportações do Ceará, 28,6% das do Espírito Santo e 21,6% das vendas externas da Paraíba. A indústria de transformação é a principal afetada, mas o impacto se espalha por diferentes setores.
A CNI destaca os segmentos mais expostos por estado:
- Metalurgia: concentra as exportações no Ceará, Espírito Santo, Minas Gerais e Pará.
- Alimentos: tem peso significativo na pauta da Paraíba, Goiás, Mato Grosso do Sul e Pernambuco.
- Celulose e papel: é relevante no Espírito Santo, Bahia e Maranhão.
- Máquinas e equipamentos: impactam especialmente Paraná e Amazonas.
O estudo projeta que São Paulo poderá sofrer uma retração de R$ 4,4 bilhões no PIB com a medida. Em seguida aparecem Rio Grande do Sul e Paraná, ambos com perdas estimadas de R$ 1,9 bilhão, Santa Catarina (R$ 1,7 bilhão) e Minas Gerais (R$ 1,6 bilhão).
Em termos relativos, o Amazonas lidera a queda proporcional no PIB, com recuo de -0,67%. Também apresentam perdas significativas Santa Catarina (-0,31%), Pará (-0,28%) e Espírito Santo (-0,25%).
De acordo com a CNI, cada US$ 1 bilhão exportado gera cerca de 24,3 mil empregos no Brasil e movimenta aproximadamente R$ 3,2 bilhões na economia. Com isso, as restrições impostas pelos Estados Unidos podem comprometer a geração de empregos, investimentos produtivos e a arrecadação fiscal nos estados.
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