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Em carta ao FMI, Haddad cobra justiça tributária e critica medidas unilaterais

Ministro defende revisão de isenções e tributação mais justa em carta apresentada nas reuniões do FMI

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad (Foto: Agência Brasil )

247 - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, enviou uma carta ao Fundo Monetário Internacional (FMI) defendendo ajustes na política fiscal brasileira e criticando a adoção de medidas unilaterais no comércio global. O documento, segundo a CNN Brasil, foi elaborado no contexto das Reuniões Anuais do FMI e do Banco Mundial, realizadas em Washington desde a última segunda-feira (14).

Revisão fiscal e justiça tributária

No texto, Haddad sustenta que o Brasil precisa ampliar a arrecadação interna por meio da revisão de isenções fiscais consideradas ineficientes e da adoção de uma tributação mais progressiva sobre renda e patrimônio. Segundo ele, essa estratégia busca equilibrar as contas públicas sem comprometer o crescimento econômico.

Política monetária e compromisso do Banco Central

Em relação à política monetária, Haddad ressaltou a necessidade de que ela continue orientada por dados econômicos, com comunicação “clara” para garantir a credibilidade e o ancoramento das expectativas. O ministro também destacou que a taxa de juros no Brasil permanece em um nível contracionista, reforçando, segundo ele, o compromisso “inabalável” do Banco Central em manter o controle da inflação.

Riscos globais e desigualdade

No cenário internacional, Haddad criticou o avanço de barreiras comerciais. Para ele, medidas unilaterais têm alimentado a incerteza em uma conjuntura já marcada por juros elevados e crise climática. “A economia global está navegando em águas desconhecidas”, afirmou o ministro no documento.

Ele também destacou fatores que pressionam o crescimento mundial, como envelhecimento populacional, baixa produtividade, riscos climáticos e o aumento do protecionismo. Segundo Haddad, esses desafios podem ampliar ainda mais as desigualdades entre países de alta, média e baixa renda.

Brasil nas reuniões do FMI

Embora estivesse previsto para participar das reuniões em Washington, Haddad permaneceu em Brasília após a Medida Provisória que aumentava a taxação sobre bancos e casas de apostas online perder a validade. A proposta previa arrecadação de cerca de R$ 17 bilhões em 2026, mas acabou frustrada.

Com a ausência do ministro, o Brasil está sendo representado pela secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Tatiana Rosito, que acompanha os debates nos Estados Unidos.

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