Haddad vai insistir na ‘taxação BBB’ antes da LDO
Ministro pretende retomar discussão sobre impostos a bancos, apostas e bilionários antes de votar o Orçamento de 2026
247 - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (14) que vai insistir na chamada “taxação BBB” — que atinge bancos, empresas de apostas e bilionários — antes de liberar a tramitação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026, prevista para quarta-feira (15). A informação foi publicada pelo portal Terra.
A votação do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) estava prevista para esta terça-feira, mas o governo pediu o adiamento. O Executivo busca alternativas para compensar a perda de arrecadação após a derrubada da Medida Provisória (MP) 1.303, que previa aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e deixou um rombo estimado em mais de R$ 20 bilhões no próximo ano, em meio ao cenário de disputa eleitoral com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva buscando a reeleição.
Apoio no Senado
Durante audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Haddad disse que percebeu disposição entre os parlamentares para reabrir o debate.
“Não é questão simples para resolver; então, se a gente tiver uns dias para verificar, primeiro se há uma possibilidade, como vários senadores colocaram aqui, de revisitar esses temas”, afirmou.
O ministro destacou ainda: “Pelo que eu entendi aqui, o Senado está plenamente favorável a rever essa questão da ‘taxação BBB’ que a gente está chamando, todo mundo bem disposto a isso, e a revisão de benefícios”.
LDO adiada para quarta-feira
O presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO), senador Efraim Filho (União-PB), confirmou que a análise da LDO de 2026 foi adiada para quarta-feira (15), às 14h. Segundo ele, Haddad deve se reunir ainda hoje com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), para discutir ajustes necessários diante da queda da MP.
“Vai ter de acomodar uma porção de coisas que estavam planejadas para o ano que vem, que não vão acontecer. É só isso que eu levei à consideração dele, eu sou sempre a favor de votar as coisas rapidamente. Mas enfim, essa MP caducou depois de 120 dias, não foi apreciada”, disse o senador.
Cenários fiscais em aberto
Haddad adiantou que apresentará a Alcolumbre diferentes cenários de receitas e despesas. “Eu quero levar a ele as consequências de cada um dos cenários que ainda estão em aberto”, explicou.
Questionado sobre mudanças nas metas fiscais, respondeu que “cada cenário tem uma consequência”, ressaltando que qualquer decisão terá impacto tanto na arrecadação quanto nos gastos públicos.
O ministro também lembrou que deixou de viajar para os encontros do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI) para permanecer em Brasília à disposição do presidente Lula.


