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Criador do fundo mais lucrativo do mundo diz que EUA não conseguirão competir com a China

Ray Dalio destaca que eficiência e baixos custos chineses impossibilitam que os EUA superem o país asiático no setor industrial

Ray Dalio, criador do fundo Bridgewater (Foto: Reuters)
Redação Brasil 247 avatar
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247 – O fundador da Bridgewater Associates, Ray Dalio, afirmou que os Estados Unidos não terão capacidade de competir com a China no setor manufatureiro dentro de um futuro previsível. As declarações foram feitas durante uma entrevista ao jornalista Tucker Carlson. As informações são do portal chinês Guancha. Dalio, gestor do fundo mais lucrativo do mundo, apontou que, embora os EUA tenham vantagem na concepção de chips e inovação, a China domina a produção, garantindo eficiência e custos reduzidos que os americanos não conseguem igualar.

“Na nossa vida, os Estados Unidos não conseguirão superar a China na manufatura”, afirmou o gestor. Para ele, os chineses possuem infraestrutura industrial avançada e capacidade produtiva que superam não apenas os EUA, mas também Europa e Japão juntos. “Eles produzem a custos muito menores e aplicam chips em setores como a robótica de maneira mais avançada”, acrescentou.

Dalio explicou que os EUA são líderes em design de chips e detêm um ambiente propício para inovação, mas que isso não se traduz em um ecossistema produtivo eficiente. “Projetamos chips, mas não conseguimos produzi-los de maneira eficiente. Não conseguimos fabricar produtos em grande escala com qualidade e a custos viáveis”, disse. Segundo ele, a China está um passo à frente na aplicação da tecnologia aos processos industriais.

O fundador da Bridgewater também destacou que a China está consolidando sua posição na produção de semicondutores e IA (inteligência artificial), apesar das restrições impostas pelo governo dos EUA. Ele citou o recente desenvolvimento da DeepSeek, empresa chinesa que lançou um modelo de IA mais rápido e acessível do que o da OpenAI, mesmo diante das sanções americanas que restringem a exportação de chips avançados para a China.

Em resposta a essa ascensão, os EUA têm tentado impulsionar a produção doméstica de chips, com iniciativas como o aumento de investimentos da TSMC no país. No entanto, Dalio alertou que medidas protecionistas podem não ser suficientes para reverter a posição da China no setor. “Estamos em um mundo competitivo e a tendência é que alguns tentem se proteger com barreiras comerciais ou regulações, mas isso não muda a dinâmica do jogo”, observou.

Para Dalio, os Estados Unidos precisam focar na sua vantagem competitiva real: a inovação. “Temos algumas das melhores universidades, atraímos talentos globais e possuímos um mercado de capitais estruturado para incentivar o desenvolvimento de novas ideias. Essa é a nossa força”, ressaltou. Ele acredita que, sem uma mudança estrutural na manufatura, a China seguirá dominando o setor industrial no futuro próximo.

As declarações de Dalio reforçam um debate cada vez mais presente no cenário econômico global: os impactos da ascensão chinesa e a perda de competitividade dos EUA no setor produtivo. O futuro da indústria mundial dependerá das estratégias adotadas por ambos os países e da capacidade americana de se reinventar diante da supremacia manufatureira chinesa.

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