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Câmara convocará Galípolo para explicar falhas após ataque hacker que desviou R$ 541 milhões

Comissão da Câmara quer que presidente do BC detalhe ações diante de ataque cibernético que afetou seis instituições financeiras

Gabriel Galípolo (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
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247 - A Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (9) a convocação do presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, para uma audiência pública que tratará do ataque hacker à empresa C&M Software. A ofensiva resultou no desvio de pelo menos R$ 541 milhões de seis instituições financeiras, acendendo o alerta sobre vulnerabilidades no sistema bancário brasileiro.

Segundo a coluna do jornalista Paulo Cappelli, do Metrópoles, o requerimento da audiência foi apresentado pelo deputado federal Felipe Barros (PL-PR), que também preside a comissão. Aprovada por unanimidade, a proposta exige que Galípolo preste esclarecimentos sobre as providências adotadas pela autoridade monetária para lidar com o incidente. Segundo Barros, o episódio representa um “risco à soberania nacional”.

“A gente votou a tal da independência do Banco Central, que até hoje eu confesso que não sei se foi bom ou se foi ruim. E agora eles querem independência financeira também. Então, eu acho que o Galípolo tem que vir a esta comissão explicar para todos nós, sob o aspecto da soberania nacional brasileira, o que o Banco Central tem feito para impedir casos de hackeamento como esse”, declarou o deputado durante a sessão.

O texto aprovado elenca uma série de perguntas que deverão ser respondidas pelo chefe do BC. Entre os principais pontos, estão as medidas adotadas para mitigar os efeitos do ataque e assegurar o funcionamento do sistema financeiro, além de possíveis evidências que indiquem a atuação de agentes estrangeiros na operação criminosa. Uma pessoa já foi detida pela Polícia Civil de São Paulo sob suspeita de envolvimento no caso.

Ainda conforme a reportagem, Felipe Barros também afirmou que deseja questionar Galípolo sobre os mecanismos de cooperação entre o Banco Central, o Ministério da Defesa, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) diante de ameaças cibernéticas de grande escala.

Na mesma sessão, a comissão aprovou ainda dois requerimentos adicionais de Barros. Ambos solicitam esclarecimentos de órgãos reguladores sobre supostos conflitos de interesse. Um deles se refere à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), mais especificamente à participação do presidente da autarquia, João Pedro Barroso do Nascimento, em decisões colegiadas envolvendo o banco BTG Pactual — instituição na qual seu irmão ocuparia um cargo de liderança na área de produtos de investimento. O outro pedido foi direcionado à Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc).

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