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Alckmin prevê corte de juros pelo Copom em dezembro

Vice-presidente diz que juros altos travam o crescimento e espera redução da Selic na última reunião do ano

O vice-preisdente Geraldo Alckmin (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

247 - O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou nesta quinta-feira (6), em evento em Minas Gerais, que os altos juros representam o “grande problema” da indústria brasileira. Ele demonstrou confiança de que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central iniciará a redução da taxa Selic na próxima reunião, marcada para os dias 9 e 10 de dezembro. O Copom decidiu, na quarta-feira (5), manter a Selic em 15% ao ano.

 “A taxa de juros muito elevada — esperamos que na próxima reunião do Copom ela já comece a curva de redução — retrai a atividade econômica, especialmente os bens duráveis de custos mais altos”, afirmou Alckmin, de acordo com o jornal O Estado de S. Paulo. “Mas acho que será transitório”, acrescentou.

Copom adota cautela e mercado vê incerteza

Apesar da fala de Alckmin, o comunicado oficial do Copom não indicou espaço para cortes imediatos na taxa de juros. Analistas do mercado financeiro avaliam que a flexibilização monetária poderá ocorrer apenas nas primeiras reuniões de 2026, caso a inflação mantenha trajetória de queda e a economia apresente sinais de desaceleração.

Safra recorde ajuda a conter preços

Durante a inauguração de uma nova fábrica da Heineken em Passos (MG), o vice-presidente também destacou o desempenho do agronegócio. Segundo ele, o Brasil colhe este ano uma safra recorde, cerca de 17% maior que a anterior, impulsionada por condições climáticas favoráveis. “O que é muito bom, porque ajuda a baixar o preço dos alimentos”, disse Alckmin. Ele também ressaltou que a queda do dólar contribui para reduzir a inflação, ao baratear produtos importados e insumos industriais.

Brasil assume papel de destaque na COP30

Com o início da COP30, realizada em Belém (PA), Alckmin reforçou o compromisso do Brasil com as metas do Acordo de Paris. O país apresentou Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) que preveem corte de 59% a 67% nas emissões de gases de efeito estufa até 2030. “É uma proposta ousada, mas ela é realista, é factível”, afirmou.

O vice-presidente destacou que o desmatamento ainda é o principal responsável pelas emissões nacionais, mas que os números vêm caindo. “Estamos com menor desmatamento e a meta é desmatamento ilegal zero e recompor a floresta”, declarou.

Ele ainda destacou o Fundo de Floresta Tropical para Sempre (TFFF), criado para financiar a preservação de biomas tropicais. “O planeta tem urgência. A questão do aquecimento global é uma realidade. E para nós, que vivemos no trópico, as consequências são ainda maiores”, disse.

Energia limpa e inovação sustentável

Alckmin ressaltou o protagonismo do Brasil na transição energética. “Quem é que tem 30% de etanol na gasolina? Acabamos de passar de 27% para 30%. Quem tem 15% de bio no diesel? Só o Brasil. E vamos ser o grande protagonista do SAF, o combustível de aviação sustentável, para substituir o querosene”, destacou.

Isenção do IR e estímulo ao consumo

O vice-presidente também comemorou a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda, aprovada pelo Senado e encaminhada à sanção presidencial. Para ele, a medida “vai melhorar a renda da população brasileira, aumentando ainda mais o consumo e ativando a economia”.

Por fim, de acordo com a reportagem, ele anunciou que o varejo deve receber “uma boa notícia” com a revisão do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), que promete reduzir custos de intermediação e gerar ganhos ao setor produtivo.

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