Alckmin destaca avanços nas negociações com os EUA e ressalta parceria com a indústria
Vice-presidente enfatiza papel do setor privado na defesa comercial do Brasil e celebra resultados iniciais nas tratativas com o governo dos Estados Unidos
247 – O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, afirmou nesta terça-feira (30/9) que o Brasil já colhe resultados concretos das negociações em torno do tarifaço imposto pelo governo dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. A declaração foi dada durante reunião da diretoria da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília. As informações são da Agência Gov, com base em dados do MDIC.
Segundo Alckmin, o encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos EUA, Donald Trump, realizado durante a Assembleia Geral da ONU, foi decisivo para abrir espaço a um diálogo mais construtivo. “Se pegar essas últimas quatro semanas, foram 8% das exportações brasileiras afetadas pelo tarifaço que saíram. 4% na celulose. Agora mais 4% de madeira e móveis”, destacou o vice-presidente.
Setor privado como aliado estratégico
Alckmin ressaltou ainda a importância da mobilização empresarial, especialmente da missão coordenada pela CNI a Washington, no início de setembro. “Foi muito importante a ida da CNI e da delegação de empresários aos Estados Unidos. A Amcham e a US Chambers também têm ajudado, então essa parceria é muito importante para nos ajudar a resolver essa questão”, afirmou.
O ministro aproveitou o encontro para agradecer ao presidente da CNI, Ricardo Alban, pelo empenho do setor privado brasileiro e norte-americano: “Essa atuação conjunta mostra que o esforço de defesa comercial precisa ser compartilhado, unindo governo e iniciativa privada.”
Comitê interministerial e reuniões bilaterais
À frente do Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas Econômicas e Comerciais, criado para enfrentar o tarifaço, Alckmin explicou que já foram realizadas dezenas de reuniões com representantes de empresas brasileiras e norte-americanas. O objetivo é encontrar soluções que evitem prejuízos maiores ao comércio bilateral e mantenham a competitividade da indústria nacional.
CNI alerta para cenário global de protecionismo
O presidente da CNI, Ricardo Alban, reforçou a preocupação do empresariado com o cenário global. Segundo ele, diversos países estão adotando políticas protecionistas, o que exige do Brasil uma postura firme em defesa de seus interesses. “Se falamos tanto em complementariedade entre o setor público e o privado, eles têm e precisam se complementar para serem eficientes e mitigar os hiatos. Queremos transformar os desafios em oportunidades e chegarmos a discussões construtivas. A possibilidade do encontro entre os dois presidentes demonstra a força dessa convergência”, disse Alban.
Avanços e próximos passos
Os resultados iniciais, com a exclusão de parte das exportações brasileiras da taxação extra, são vistos pelo governo como uma conquista importante, mas ainda parcial. O MDIC continuará as rodadas de negociação, mantendo a articulação com entidades empresariais e autoridades norte-americanas.
O governo aposta que a aproximação entre Lula e Trump e a cooperação direta com o setor produtivo serão fundamentais para chegar a uma solução mais ampla para o impasse tarifário, reduzindo riscos para setores estratégicos da economia brasileira.