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Alckmin avalia pedir para estender negociações com EUA após tarifaço de Trump

Vice-presidente diz que Brasil quer solução rápida, mas admite que pode pedir mais prazo; governo prepara reação com base na Lei de Reciprocidade

Vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), Geraldo Alckmin - 10/12/2024 (Foto: Adriano Machado/Reuters)
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247 - O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), declarou nesta terça-feira (15) que o governo federal pode solicitar a ampliação do prazo para negociar com os Estados Unidos a suspensão do tarifaço de 50% imposto unilateralmente por Washington sobre produtos brasileiros. As declarações foram feitas após reunião com representantes da indústria nacional.

“Nós queremos resolver o problema e o mais rápido possível. Se houver necessidade de mais prazo, vamos trabalhar nesse sentido”, afirmou Alckmin, sinalizando que o Executivo está mobilizado para reverter a medida sancionada pelo presidente norte-americano, Donald Trump, de acordo com o Metrópoles.

Desde a semana passada, o governo dos Estados Unidos tem comunicado formalmente diversos países sobre a imposição de tarifas de importação, que atingem atualmente 24 parceiros comerciais. O Brasil foi o mais impactado, sendo alvo de uma alíquota de 50%, o que afetará diretamente setores estratégicos da economia, como o agronegócio e a indústria de base.

Como resposta à escalada protecionista norte-americana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou o decreto que regulamenta a Lei de Reciprocidade Econômica. O instrumento permite ao Brasil suspender concessões comerciais, investimentos e até obrigações relativas a direitos de propriedade intelectual quando for alvo de medidas unilaterais de outros países ou blocos econômicos.

O decreto também institui o Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas Econômicas e Comerciais, que terá a missão de deliberar sobre possíveis ações retaliatórias. O colegiado será presidido pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e contará com a participação da Casa Civil, do Ministério da Fazenda e do Ministério das Relações Exteriores.

Entre os principais produtos brasileiros exportados aos EUA e que podem ser diretamente afetados pela sanção estão petróleo bruto, ferro, aço, celulose, café, suco de laranja, carne bovina, aeronaves e equipamentos do setor energético. Atualmente, cerca de 12% das exportações do Brasil têm como destino o mercado norte-americano.

O governo brasileiro reiterou que não abrirá mão da defesa da soberania nacional e permanece aberto ao diálogo com Washington. Contudo, caso um entendimento não seja alcançado até 1º de agosto, Lula não descarta aplicar a reciprocidade prevista em lei para proteger a economia brasileira.

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