Alckmin lidera articulação contra tarifaço dos EUA e tenta unir governo e empresários
Vice-presidente busca resposta conjunta à medida de Trump e inicia diálogo com indústria e agronegócio em meio à ameaça de retaliação
247 - Diante da decisão do governo dos Estados Unidos de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, assumiu o protagonismo na construção de uma resposta articulada à ofensiva comercial liderada por Donald Trump. Nesta terça-feira (15), Alckmin comanda reuniões com representantes da indústria pela manhã e do agronegócio à tarde, buscando alinhar estratégias com o setor privado.
As informações são do jornal O Globo, que destacou o esforço do Palácio do Planalto para construir uma reação que envolva não apenas o governo, mas também empresários e entidades civis, numa tentativa de apresentar o embate tarifário como uma questão de Estado, e não apenas uma disputa pontual de gestão.
Alckmin afirmou que o governo também pretende abrir canais de diálogo com o empresariado dos Estados Unidos, especialmente com empresas que possuem cadeias produtivas integradas ao Brasil. “Vamos também marcar com entidades e empresas americanas porque tem uma integração de cadeia”, disse o vice-presidente durante coletiva realizada na segunda-feira (14).
Segundo fontes do Planalto, a orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é que o impacto econômico do tarifaço seja diagnosticado em conjunto com os empresários, de modo a embasar uma eventual negociação com Washington com dados técnicos sólidos e apoio institucional do setor produtivo. “O que estamos fazendo é ouvir os setores mais envolvidos, para que o setor privado participe e se mobilize”, afirmou Alckmin.
A iniciativa visa transformar a crise em oportunidade política, fortalecendo os laços entre o governo e os principais agentes econômicos do país. Para isso, um comitê consultivo foi criado e terá representantes de áreas diretamente afetadas, como os produtores de carne, café, suco de laranja e segmentos da indústria de alta tecnologia e aviação. A Embraer, por exemplo, deve integrar o grupo.
Ao manter Lula fora das reuniões com empresários, o governo busca conferir um caráter técnico às discussões, enquanto o presidente se concentra nas articulações políticas e diplomáticas. Ainda assim, a movimentação tem clara intenção de ampliar a legitimidade da resposta brasileira ao gesto unilateral de Trump, que elevou a tensão entre os dois países e acendeu o sinal de alerta no mercado.
Com a presença ativa do setor privado e a possibilidade de medidas firmes em caso de impasse, o Brasil tenta mostrar que não aceitará passivamente um ataque às suas exportações. O Planalto aposta em unidade e estratégia para preservar o comércio bilateral e a soberania econômica do país.
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