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99Food chega a São Paulo com estratégia agressiva de subsídios, que já é questionada em outros países

Plataformas de delivery de alimentos podem entrar em uma guerra de preços, levando reguladores a intervir, como já ocorreu na China

Evento de lançamento da 99Food em São Paulo-SP - 12/08/2025 (Foto: Assessoria)

247 - A 99Food chegou oficialmente à cidade de São Paulo e regiões metropolitanas, nesta terça-feira (12), com a promessa de "revolucionar" o setor de delivery.

A gigante pertencente à chinesa Didi apresenta um plano que barateia os custos para os restaurantes e consumidores em uma estratégia que se apresenta como mais competitiva para o setor, mas é investigada em outros países, incluindo na China, como predatória. 

O diretor-geral da 99 Brasil, Simeng Wang, apresentou a visão da empresa, concorrente direta com plataformas de entrega, como o iFood. 

"Não fazemos questão da margem de lucro. Para plataformas de massa, não deve haver margens altas, e sim escala. Essa é nossa estratégia", resumiu o executivo em coletiva de imprensa, na cerimônia de lançamento da 99Food na capital paulista. 

No Brasil, a 99 serve a mais de 50 milhões de pessoas pelo Brasil e conta com vinte mil restaurantes e 50 mil entregadores já registrados em São Paulo. A expansão para a maior cidade brasileira ocorre após um teste bem-sucedido em Goiânia-GO. 

Na capital goiana, os indicadores apresentados pela 99Food apontam que, em apenas 50 dias de operação, mais de 1 milhão de entregas foram realizadas, resultado da mesma estratégia agressiva de redução de margens. 

Para São Paulo, Wang estima um sucesso de proporções possivelmente até maiores, disse ele aos jornalistas. A plataforma recém-chegada ao país adota uma estratégia de redução drástrica de benefícios iniciais aos que baixarem o "super-aplicativo". Serão 12 meses de isenção do valor cobrado sobre o pedido, diminuindo o preço e trazendo mais consumidores, de acordo com a empresa.

"Tem que ser igual ao balcão, trazendo o mesmo nível de lucratividade [para os restaurantes]", frisou Wang na coletiva.

A empresa garantiu ainda um ganho mínimo de 250 reais quando o entregador faz pelo menos 20 viagens e anunciou um esquema de cupons: novos usuários ganham cinco com valor de 99 reais. 

Autoridades globais pressionam plataformas chinesas

No início deste mês, as principais plataformas de delivery de alimentos da China anunciaram que irão encerrar práticas de competição desordenada e ajustar suas estratégias comerciais, após alertas do governo chinês e do setor sobre os riscos de guerras de preços.

No país asiático, três plataformas divulgaram comunicados prometendo coibir comportamentos promocionais abusivos, interromper a rivalidade baseada em descontos agressivos e promover um ambiente de mercado justo e sustentável.

Contudo, a empresa declara que sua ambição é também de influenciar positivamente a tendência de queda no custo da alimentação no país, disseram executivos da empresa no evento, uma vez que os planos de nacionalização do serviço não param por São Paulo: A meta é chegar no ano que vem a mais de 100 cidades. 

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