O legado global de Ozzy Osbourne eterniza o heavy metal no coração da cultura pop
De símbolo da marginalidade britânica a ícone mundial, vocalista do Black Sabbath moldou o heavy metal e influenciou gerações
247 – Ozzy Osbourne, fundador do Black Sabbath e figura central na história do heavy metal, construiu um legado que transcende o gênero musical e se espalha por toda a cultura pop global. A trajetória do artista, que faleceu aos 76 anos, foi relembrada em texto de Alexis Petridis publicado pelo The Guardian, destacando sua contribuição única para a música e sua habilidade de se reinventar sem perder a essência.
John Michael “Ozzy” Osbourne nasceu em Birmingham, numa realidade dura e sem perspectivas. Disléxico, vítima de abusos e fracassado até como ladrão, só encontrou rumo na música. O anúncio "Ozzy Zig Needs a Gig", deixado em uma loja local, o levou à banda Earth — que logo se tornaria o Black Sabbath. Com uma sonoridade pesada e sombria, o grupo inaugurou uma nova linguagem musical. O álbum Paranoid (1970), hoje clássico, foi rechaçado pela crítica da época, mas abraçado por milhões de jovens alienados e insatisfeitos.
A voz crua e desesperada de Ozzy deu identidade ao gênero. Sua performance energética e espontânea no palco o afastava da imagem dos deuses do rock intocáveis dos anos 1970. Era um de nós, e esse era seu maior trunfo. Ao ser demitido do Sabbath em 1979 por causa de seu abuso de drogas e álcool, parecia que sua carreira havia terminado. Mas foi Sharon Levy, filha do empresário da banda, quem o resgatou — pessoal e profissionalmente.
Na carreira solo, Ozzy incorporou o personagem "Príncipe das Trevas", criando polêmicas e conquistando atenção mundial. Mordeu a cabeça de um morcego no palco, urinou no memorial do Álamo, foi acusado de satanismo — e ganhou milhões de fãs. Seus dois primeiros álbuns solo, Blizzard of Ozz (1980) e Diary of a Madman (1981), com o guitarrista Randy Rhoads, consolidaram seu renascimento artístico.
Mesmo com altos e baixos, Ozzy manteve relevância ao longo das décadas. Seu envolvimento com o reality show The Osbournes o transformou em figura da cultura televisiva. Criou o festival Ozzfest, impulsionando novos talentos do metal, e se manteve ativo até o fim: três semanas antes de sua morte, reuniu astros da música no show Back to the Beginning, em Birmingham.
Ozzy Osbourne não foi apenas o criador de um estilo musical. Foi o elo entre gerações, entre o underground e o mainstream, entre a dor e a catarse coletiva. Como ele mesmo escreveu em sua autobiografia I Am Ozzy: “Sempre achei que tudo isso era temporário”. Mas a história provou o contrário. Seu impacto é permanente — e mundial. Confira o clássico Paranoid:
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