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Lula lidera encontros com William e Macron na Cúpula do Clima em Belém

Presidente brasileiro comanda debates sobre florestas e oceanos e busca fortalecer acordos ambientais internacionais

Presidente Lula e presidente Macron a caminho da Ilha do Combu, em Belém (PA) (Foto: Ricardo Sruckert)

247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participa nesta quinta-feira (6), em Belém (PA), de uma intensa agenda na Cúpula do Clima, que reúne líderes de países florestais tropicais e nações parceiras no enfrentamento da crise ambiental. Durante o evento, o chefe do Executivo comandará debates, encontros bilaterais e sessões plenárias voltadas à preservação ambiental e à transição verde.

De acordo com o g1, Lula abrirá a sessão plenária da cúpula às 10h30, após recepcionar os chefes de delegação no Parque da Cidade. Na plenária, os líderes mundiais apresentarão seus discursos sobre o combate às mudanças climáticas e o financiamento de políticas sustentáveis.

Encontros bilaterais com William e Macron

Ao meio-dia, Lula terá uma reunião bilateral com o príncipe de Gales, William, e com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer. O encontro, reservado à Presidência, tratará de parcerias em investimentos verdes e cooperação climática — áreas que têm se tornado prioritárias na política ambiental do Brasil.

Na parte da tarde, às 15h, o presidente brasileiro se reúne com o francês Emmanuel Macron para discutir projetos conjuntos de preservação das florestas e o fortalecimento do Fundo Amazônia, iniciativa que tem atraído o interesse de diversos países europeus.

Entre as duas reuniões, às 13h, Lula oferece um almoço aos chefes de Estado e de governo dos países integrantes do Fundo de Florestas Tropicais para Sempre (TFFF). A iniciativa brasileira busca financiar a conservação das florestas tropicais em regiões da Amazônia, África e Sudeste Asiático, contando também com a adesão de nações doadoras.

Sessão temática e compromissos finais

Encerrando o dia, às 16h, Lula presidirá a primeira sessão temática da Mesa Redonda de Líderes, que abordará o tema “Clima e Natureza: Florestas e Oceanos”. A sessão tratará de mecanismos de proteção ambiental e novas formas de cooperação internacional.

A programação termina às 18h15, com a tradicional foto oficial dos líderes, seguida de um coquetel oferecido por Lula e pela primeira-dama, Janja Lula da Silva, em homenagem às delegações presentes.

Plano global de financiamento climático

Na véspera do evento, as presidências da COP29 (Azerbaijão) e da COP30 (Brasil) anunciaram um plano conjunto para mobilizar ao menos US$ 1,3 trilhão por ano até 2035 em ações de combate à crise climática, com foco em países em desenvolvimento.

Batizado de Roteiro de Baku a Belém, o documento propõe mecanismos inovadores de arrecadação, incluindo taxas sobre aviação, produtos de luxo e grandes fortunas, além de reformas no sistema financeiro global para ampliar o crédito e aliviar dívidas de nações pobres.

O plano não tem caráter vinculante, mas estabelece diretrizes políticas e técnicas para transformar compromissos ambientais em investimentos concretos. Entre os principais pontos estão:

  • Taxação de atividades poluentes e de luxo: criação de impostos sobre setores emissores e produtos de alto consumo.
  • Taxas sobre aviação e transporte marítimo: arrecadação estimada entre US$ 4 e 223 bilhões por ano.
  • Imposto sobre transações financeiras: com potencial de gerar até US$ 327 bilhões anuais.
  • Tributos sobre grandes fortunas e multinacionais: implantação de imposto corporativo global e contribuições progressivas sobre riqueza pessoal.
  • Ampliação de direitos especiais de saque do FMI: redirecionamento de até US$ 500 bilhões anuais para ações climáticas.
  • Reformas em bancos multilaterais de desenvolvimento: liberação de até US$ 390 bilhões adicionais em empréstimos até 2030.
  • Criação de fundos para “transição justa”: voltados a trabalhadores, mulheres e povos indígenas afetados pela transição energética.

A iniciativa busca consolidar um consenso internacional sobre o financiamento da adaptação e mitigação climática, reforçando o papel do Brasil como protagonista nas negociações ambientais globais.

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