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Lula abre hoje oficialmente a COP30, que já trouxe ganhos concretos para o Brasil

Belém consolida sua escolha como sede de evento histórico e o lançamento do Fundo Florestas Tropicais para Sempre simboliza liderança ambiental do país

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a recepção oficial dos chefes de delegação da Cúpula do Clima (COP30), no Parque da Cidade, em Belém (PA) - 06/11/2025 (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

247 – O presidente Lula participa nesta segunda-feira (10) da abertura oficial da 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (COP30), em Belém do Pará. O evento consagra-se como um marco histórico para o Brasil e para o mundo, simbolizando a transição para uma nova etapa na luta global contra as mudanças climáticas.

A escolha de Belém como sede da COP30 revelou-se um acerto. Apesar das dúvidas iniciais, a capital paraense demonstrou capacidade de receber um evento de escala planetária, com infraestrutura reforçada, logística eficiente e uma atmosfera que reflete a diversidade, a hospitalidade e o compromisso ambiental do povo amazônico.

A cidade transformou-se em um símbolo da esperança e do futuro sustentável, reafirmando a importância da Amazônia como coração da agenda climática mundial.

Fundo Florestas Tropicais para Sempre: um marco da liderança brasileira

Um dos anúncios mais relevantes desta edição é a criação do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (Tropical Forests Forever Fund – TFFF), proposta brasileira que representa uma conquista concreta na política ambiental global. O mecanismo nasce com a ambição de proteger mais de 1 bilhão de hectares de florestas tropicais em mais de 70 países em desenvolvimento, valorizando o papel dos Povos Indígenas e Comunidades Locais, que terão acesso obrigatório a pelo menos 20% dos recursos.

O TFFF foi recebido com entusiasmo por lideranças internacionais e já conta com US$ 5,5 bilhões em aportes iniciais. Noruega, Indonésia e França anunciaram contribuições de US$ 3 bilhões, US$ 1 bilhão e US$ 500 milhões, respectivamente, enquanto o governo brasileiro destinou US$ 1 bilhão ao fundo — consolidando um início promissor para uma iniciativa que visa mobilizar até US$ 125 bilhões nos próximos anos.

Modelo inovador e sustentável

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicou a inovação da estrutura financeira do TFFF:

“Há aporte de capital de investidores, que vão ser remunerados por uma taxa básica. Esses recursos vão ser emprestados e financiar projetos definidos pelo seu comitê. E a diferença da taxa de juros, o spread do que é pago para o investidor e o que é cobrado do tomador, vai servir de lastro para financiar o pagamento desses serviços ambientais”.

A arquitetura do fundo combina recursos públicos e privados, criando um modelo que recompensa a conservação, e não a destruição. O Banco Mundial foi autorizado a atuar como administrador e hospedar interinamente o secretariado do TFFF, até a criação do Fundo de Investimento Florestas Tropicais (TFIF), que será sediado em uma jurisdição nacional.

Regras claras e compromissos reais

O TFFF proíbe investimentos em atividades de impacto ambiental negativo, como carvão, petróleo e gás, e direciona seus recursos para projetos que mantenham as florestas em pé, prevendo penalidades a países que descumprirem metas de preservação. O modelo tem potencial para multiplicar até três vezes os orçamentos dos Ministérios do Meio Ambiente em países tropicais, criando condições reais para o uso sustentável dos recursos naturais.

Cooperação global e protagonismo brasileiro

O desenho do fundo foi liderado pelo Brasil, em parceria com países como República Democrática do Congo, Gana, Malásia, Indonésia e Colômbia, além de nações financiadoras como Reino Unido, Alemanha, Noruega, França e Emirados Árabes Unidos. A ampla coalizão demonstra o caráter inclusivo e cooperativo da iniciativa, fortalecida pela participação de povos tradicionais e organizações multilaterais.

Um novo paradigma para o planeta

A COP30 de Belém ficará marcada por resultados concretos e visíveis. O lançamento do Fundo Florestas Tropicais para Sempre representa a transição da retórica para a ação, consolidando o Brasil como líder climático e potência ambiental global.

Sob a liderança do presidente Lula, o país reafirma seu papel de protagonista na construção de um modelo de desenvolvimento sustentável e inclusivo. O desafio agora é fazer com que o exemplo amazônico inspire o mundo: crescer preservando.

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