Trump surpreendeu Lula com tom afável e cordial, dizem interlocutores
“Não foi arrogante. Foi bem afável. Diria até carinhoso”, disse um interlocutor que acompanhou a reunião entre os dois líderes
247 - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, surpreendeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com um tom afável e até carinhoso durante telefonema, segundo fontes do governo brasileiro ouvidas pelo g1. A ligação durou cerca de 30 minutos e foi marcada por cordialidade e momentos de descontração. Fontes do governo afirmam que quem liderou a pauta foi Lula, aproveitando a conversa para pedir que Trump reavalie o chamado “tarifaço” e as sanções aplicadas a autoridades brasileiras.
Conversa cordial
“Trump mostrou-se muito diferente da imagem pública que se tinha dele. Não foi arrogante. Foi bem afável. Diria até carinhoso”, relatou um interlocutor que acompanhou a ligação.
O presidente brasileiro reforçou que não guarda mágoa e comentou que apenas três países do G20 têm déficit comercial com os Estados Unidos — Brasil, Austrália e Reino Unido.
Trump não assumiu compromissos
Apesar da cordialidade, Trump não assumiu compromissos diretos. Ele indicou que o Secretário de Estado, Marco Rubio, será responsável por conduzir as tratativas sobre tarifas, sanções e eventual encontro presencial entre os dois líderes.
Momentos de descontração e boa "química"
O diálogo também teve espaço para leveza. Lula brincou sobre o fato de ambos serem octogenários, e Trump respondeu: “Mais forte hoje do que quando tinha 40 anos”. Lula riu e concordou, destacando a boa “química” entre eles e a importância de Brasil e Estados Unidos encontrarem pontos em comum em temas de interesse mútuo.
Bolsonaro não entrou na conversa
Um ponto que chamou atenção dos auxiliares de Lula foi que Jair Bolsonaro (PL) não foi citado em nenhum momento durante o telefonema, apesar de o tarifaço ter sido motivado, em parte, pelo julgamento de Bolsonaro por tentativa de golpe. O ex-mandatário braileiro foi condenado a 27 anos e três meses de prisão por tramar um golpe de Estado após ser derrotado no pleito presidencial de 2022.