Triste realidade: Brasil registra recordes de estupros e feminicídios, aponta Fórum de Segurança Pública
O país teve quase 88 mil vítimas de estupro e também atingiu o maior número de feminicídios desde o início da tipificação do crime, em 2015
247 - O Anuário Brasileiro de Segurança Pública informou nesta quinta-feira (24) que o Brasil registrou, em 2024, o maior número de casos de estupro e estupro de vulnerável da história do País. Foram contabilizadas 87.545 vítimas no ano passado. O número representa mais do que o dobro de casos registrados em 2011, início da série histórica acompanhada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
Em 2024, o Brasil também atingiu o maior número de feminicídios desde o início da tipificação do crime, em 2015. Ao todo, 1.492 mulheres foram vítimas, uma média de quatro mortes por dia.
A taxa de feminicídios no país aumentou em 0,7% de 2023 para 2024. O dado contrasta com a queda de 5,4% nas Mortes Violentas Intencionais (MVI) no mesmo período. A taxa de feminicídio chegou a 1,4 por 100 mil mulheres.
O perfil das ocorrências mostra que 63,6% das vítimas eram negras; 70,5% tinham entre 18 e 44 anos; oito em cada dez foram mortas por companheiros ou ex-companheiros, e 64,3% dos crimes ocorreram dentro de casa.
Segundo o levantamento, quase a totalidade das vítimas (97%) foi assassinada por homens. O estudo ainda aponta que, dentre os 18 estados que registram essa informação, cerca de 9% dos feminicídios foram seguidos de suicídio do autor.
No caso das tentativas de feminicídio, as ocorrências aumentaram em 19%, com 3.870 casos. Outras condutas criminosas contra as mulheres também cresceram em 2024, como stalking (18,2%) e violência psicológica (6,3%).
Violência sexual
Entre os 11 indicadores relacionados à violência sexual monitorados nesta edição do anuário, sete apresentaram crescimento nas taxas de registro em relação a 2023: estupro (ambos os sexos), estupro de vulnerável (ambos os sexos), estupro total (incluindo o estupro de vulnerável) (ambos os sexos), estupro de mulheres, assédio sexual, importunação sexual, pornografia, sendo este último o de crescimento mais expressivo, de 13,1%.
Em 2024, o Brasil registrou o maior número de estupros e estupros de vulnerável da série histórica, com 87.545 ocorrências no período. Os números indicam ainda que, a cada seis minutos, uma mulher foi estuprada no país.
Do total de ocorrências, 76,8% correspondem ao crime de estupro de vulnerável, 55,6% foram contra mulheres negras e 65% ocorreram dentro de casa. Quase metade dos agressores (45,5%) era formada por familiares das vítimas, e 20,3% eram parceiros ou ex-parceiros íntimos (com Abr).
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