TRF-4 determina afastamento do juiz Eduardo Appio
Afastamento cautelar foi decidido por unanimidade pela Corte Especial Administrativa do TRF-4
247 - O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) decidiu afastar cautelarmente o juiz federal Eduardo Appio, que em 2023 conduziu os processos da Operação Lava Jato em Curitiba. A decisão, segundo a coluna da jornalista Bela Megale, de O Globo, foi tomada após a abertura de um procedimento administrativo para apurar uma denúncia de furto de duas garrafas de champanhe avaliadas em R$ 540 cada, em um supermercado da cidade de Blumenau (SC).
Decisão unânime e processo sob sigilo
Segundo a reportagem, a decisão de afastar o magistrado foi unânime entre os membros da Corte Especial Administrativa do TRF-4, que seguiram o parecer da Corregedoria. O documento recomendou a abertura de investigação e a suspensão temporária do juiz.
O tribunal informou que o caso corre sob sigilo e que, por enquanto, não emitirá declarações oficiais. Appio, procurado pela reportagem, não respondeu aos contatos. Durante o período de afastamento, ele continuará recebendo o vencimento básico, mas perderá as verbas extras referentes a acúmulo de funções.
Detalhes da denúncia
De acordo com o boletim de ocorrência, o relato partiu de um funcionário da área de segurança do supermercado, que afirmou que o estabelecimento foi alvo de dois furtos distintos de garrafas de champanhe Moët.
Embora as descrições físicas do autor não coincidam com a aparência do magistrado, o documento aponta que o veículo utilizado pelo suspeito é de propriedade de Appio. A denúncia serviu de base para a abertura do procedimento administrativo que levou ao afastamento cautelar.
Afastamento anterior e ligação com caso Malucelli
Essa não é a primeira vez que o juiz é afastado de suas funções. Em 2023, o TRF-4 já havia decidido suspender Appio após o surgimento de indícios de que ele teria ligação com um telefonema anônimo contendo ameaças ao filho do desembargador Marcelo Malucelli, integrante da própria corte.
O episódio ocorreu depois que o desembargador restabeleceu a prisão do advogado Rodrigo Tacla Duran. O filho de Malucelli, João Eduardo Malucelli, foi sócio do ex-juiz suspeito e atual senador Sergio Moro (União Brasil-PR)e de sua esposa, Rosângela Moro, em um escritório de advocacia em Curitiba.
Procurado pela reportagem do Brasil 247, o juiz Eduardo Appio não se manifestou sobre o caso.


