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Trama golpista: general Freire Gomes confirma presença em acareação com Anderson Torres no STF

Militar desistiu de ser ouvido por videoconferência e participará da audiência presencialmente

General Marcos Freire Gomes (Foto: Divulgação)
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247 - O general da reserva Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, decidiu comparecer pessoalmente à acareação com o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, marcada para a próxima terça-feira (24), às 11h, na sala de audiências do Supremo Tribunal Federal (STF), destaca a CNN Brasil.

Inicialmente, os advogados de Freire Gomes haviam solicitado ao ministro Alexandre de Moraes que o depoimento fosse realizado por videoconferência. A justificativa era o custo considerado “excessivamente oneroso” para o deslocamento de Fortaleza (CE), onde o general reside, até Brasília (DF). No entanto, a defesa recuou e apresentou novo ofício ao STF solicitando que o pedido anterior fosse desconsiderado.

No novo documento, os advogados afirmaram que, “apesar de ser um ato oneroso, informa-se que o General Freire Gomes irá participar presencialmente da acareação, em razão do profundo respeito do Ex-Comandante do Exército pelas instituições democráticas e de seu elevado senso de dever cívico”.

A acareação foi autorizada por Moraes após solicitação da defesa de Anderson Torres, que apontou contradições entre os depoimentos do ex-ministro e do general no inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado articulada após a derrota eleitoral de Jair Bolsonaro (PL) em 2022.

De acordo com os advogados de Torres, o depoimento de Freire Gomes apresenta “contradições relevantes” e “diverge frontalmente” em aspectos centrais da investigação. O principal ponto de conflito é a afirmação do general de que Torres teria participado de uma reunião com Bolsonaro e os comandantes das três Forças Armadas para discutir temas com teor golpista.

Ainda conforme a reportagem, a defesa de Torres sustenta que os outros comandantes ouvidos pela Polícia Federal não confirmaram a realização desse encontro. Além disso, tanto Bolsonaro quanto o tenente-coronel Mauro Cid — delator no caso — negaram a presença de Torres em qualquer reunião com esse teor.

Os advogados também destacam que Freire Gomes não foi capaz de apontar a data, o local, o formato ou os demais participantes da suposta reunião. Teria se limitado a afirmar que “lembra” da presença do então ministro da Justiça. Para a defesa, essa imprecisão compromete a credibilidade do testemunho do general. A acareação deverá confrontar os dois sobre esses e outros pontos que apresentam contradições.

Como parte do processo, Anderson Torres, por ser réu, tem o direito de permanecer em silêncio e não é obrigado a falar a verdade. Já Freire Gomes, arrolado como testemunha, está legalmente obrigado a prestar declarações verdadeiras.

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