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Tarcísio pede desculpas após piada com caso metanol

Governador de São Paulo afirmou em coletiva que “só se preocuparia no dia em que começassem a falsificar Coca-Cola”

Tarcísio de Freitas (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

247 - O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), pediu desculpas nesta terça-feira (7) após uma fala considerada inadequada durante coletiva de imprensa sobre os casos de intoxicação por metanol no estado. O comentário, feito na segunda-feira (6), foi interpretado como uma tentativa de ironia ao dizer que “só se preocuparia no dia em que começassem a falsificar Coca-Cola”.

“Errei. Ontem, ao prestar contas das ações do governo do estado no âmbito da crise do metanol, acabei fazendo uma brincadeira para descontrair a coletiva que foi muito mal interpretada e que de fato não cabia naquele momento em face da gravidade do que vem acontecendo”, declarou o governador.

Em seu discurso, Tarcísio direcionou o pedido de desculpas às vítimas e familiares das pessoas afetadas pela ingestão de bebidas adulteradas. “É por isso que eu peço perdão. Perdão às famílias que sofrem por terem perdido entes queridos, aos comerciantes que estão vendo seus negócios sofrerem, ao público que quer uma ação firme do estado, que quer segurança. Não tenho compromisso com erro. Nosso compromisso é com as pessoas, é resolver a crise, é dar tranquilidade às famílias”, afirmou.

O governador reconheceu que o arrependimento não muda o passado, mas disse acreditar que pode servir de aprendizado: “Ensina e vai nos ajudar na construção de um caminho que queremos, e estejam certos que nós vamos continuar dando o nosso melhor.”

Avanço das investigações

De acordo com os dados divulgados pela Secretaria da Saúde, já são 18 casos confirmados de intoxicação por metanol em São Paulo, com laudos que atestam a presença da substância em bebidas adulteradas. Além disso, há 158 casos em investigação e 85 descartados após análise clínica. Até o momento, foram confirmados três óbitos relacionados diretamente à ingestão de bebidas falsificadas, enquanto sete mortes seguem sob investigação.

A Polícia Civil investiga duas hipóteses principais: o uso proposital de metanol para aumentar o volume da produção de bebidas falsificadas ou a contaminação acidental durante a tentativa de adicionar etanol puro. O governo também solicitou à Justiça a destruição de garrafas, rótulos, tampas e selos apreendidos nas operações. Apenas na última semana, mais de 7 mil garrafas suspeitas foram recolhidas.

 

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