“Tarcísio é o candidato dos bilionários, das bets e dos golpistas”, dispara Gleisi
Governador de SP atuou para sabotar MP que tributava super-ricos, bets e fintechs
247 - A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), criticou a atuação do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), contra a Medida Provisória 1303/25, derrubada pela Câmara dos Deputados na última quarta-feira (8). Para a ministra, é "vergonhoso" o governador fingir não ter atuado para sabotar a medida, que tinha como objetivo corrigir distorções tributárias, aplicando imposto sobre super-ricos, bets e fintechs.
“É vergonhoso o governador Tarcísio fingir que não atuou para sabotar a MP 1303, quando até o líder da oposição agradeceu a ele. O que Tarcísio quer esconder do eleitor é que ele é o candidato dos bilionários, das bets e dos golpistas. Não pensa no povo nem no país”, disse a ministra.
O impacto da medida, que visava reduzir desigualdades no sistema tributário brasileiro, foi destacado também pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em suas redes sociais, o chefe do Executivo afirmou que a decisão da Câmara não representava uma derrota do governo, mas uma derrota para o povo brasileiro, ao impedir a correção das distorções fiscais. "Essa medida reduzia distorções ao cobrar a parte justa de quem ganha e lucra mais. Dos mais ricos", disse Lula.
A MP 1303/25 tinha como proposta a unificação da tributação sobre todas as aplicações financeiras em 18%, além de aumentar a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para algumas instituições financeiras. A medida também procurava eliminar privilégios tributários concentrados entre os 1% mais ricos, algo que o governo considera essencial para o equilíbrio fiscal e o financiamento de políticas sociais.
A decisão da Câmara, que aconteceu com 251 votos a favor e 193 contra, foi considerada um grande revés para a estratégia econômica do governo federal. Para o relator da MP, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), a proposta atendia a um amplo espectro de setores econômicos, incluindo alterações que beneficiaram o agronegócio e o setor imobiliário. No entanto, a principal crítica de Zarattini foi a interferência do governador paulista, que mobilizou líderes partidários para enterrar a MP.
"O governador de São Paulo mobilizou presidentes de partido para que houvesse uma nova visão sobre esta MP", lamentou Zarattini, reforçando que os recursos provenientes da medida eram fundamentais para o cumprimento da meta fiscal e para a sustentabilidade das contas públicas.