Simone Tebet discute candidatura ao Senado por São Paulo com apoio do PT
Ministra do Planejamento é vista como peça-chave para ampliar base de Lula em 2026 e fortalecer frente anti-bolsonarista no Congresso
247 - A ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB-MS), foi procurada por lideranças do PT paulista para avaliar a possibilidade de concorrer ao Senado por São Paulo nas eleições de 2026. A informação foi publicada pela jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo.
Embora tenha construído sua carreira política no Mato Grosso do Sul, onde exerceu mandato de senadora entre 2015 e 2022, Tebet mantém vínculos estreitos com o estado paulista. Duas de suas filhas residem na capital e ela possui propriedades no litoral, onde costuma passar boa parte de seu tempo livre. Segundo a coluna, a ministra recebeu com simpatia a sugestão de mudar seu domicílio eleitoral para São Paulo, estratégia que permitiria sua candidatura por um dos principais colégios eleitorais do país.
Apoio do entorno de Lula e foco no Senado
A movimentação tem respaldo de ministros do governo Lula, que consideram fundamental ampliar a bancada governista no Senado para garantir estabilidade institucional e legislações de interesse do Planalto. Na avaliação de Tebet, o desafio central para os aliados do presidente em 2026 será a disputa por cadeiras no Congresso, mais do que o controle de governos estaduais. “A manutenção da democracia”, segundo ela, dependerá da vitória de forças contrárias ao bolsonarismo no Legislativo.
A visão da ministra é compartilhada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que também enxerga o Senado como trincheira decisiva no embate político com a extrema direita. O estado de São Paulo é considerado estratégico não apenas pela força de sua bancada, mas também pela importância simbólica e quantitativa no pleito presidencial.
São Paulo no tabuleiro de 2026
Em 2018, Fernando Haddad (PT) foi derrotado com ampla margem por Jair Bolsonaro no estado: 7 milhões de votos contra 15 milhões. Quatro anos depois, em 2022, com Lula disputando a Presidência e Haddad concorrendo ao governo paulista, a diferença foi significativamente reduzida: 14,2 milhões de votos para Bolsonaro e 11,5 milhões para Lula. A redução da distância para apenas 2 milhões de votos foi decisiva, segundo analistas, para a vitória nacional do petista.
Diante desse contexto, o PT e seus aliados estudam diferentes composições eleitorais para São Paulo. Em um dos cenários, Fernando Haddad voltaria a disputar o governo estadual, enquanto Simone Tebet e Márcio França (PSB-SP) concorreriam ao Senado. Nesse desenho, Geraldo Alckmin (PSB), atual vice-presidente, integraria novamente a chapa presidencial ao lado de Lula.
Outra possibilidade cogitada é uma dobradinha com Alckmin candidato ao governo e Tebet e Haddad como postulantes ao Senado. França, nesse caso, seguiria ocupando um ministério relevante num eventual novo governo Lula. Um terceiro arranjo prevê Márcio França ao governo paulista, com Tebet e Alckmin disputando o Senado e Haddad compondo a chapa presidencial como vice.
Apesar de Haddad declarar não ter intenção de concorrer novamente a cargos eletivos, interlocutores relatam que ele dificilmente conseguirá evitar a pressão para se engajar diretamente na disputa. Uma das hipóteses em análise seria ele assumir a coordenação da campanha de Lula.
Tebet em ascensão entre aliados
A possível candidatura de Simone Tebet por São Paulo dialoga com sua projeção nacional desde as eleições de 2022, quando conquistou 1,6 milhão de votos apenas no estado, equivalente a 6,3% do total. A recepção do eleitorado paulista e sua atuação destacada no governo federal reforçam seu potencial como figura de articulação entre centro, centro-direita e campo progressista.
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