Réu no STF, Bolsonaro desmente acusações de golpe e chama os participantes dos atos golpistas de "coitados"
“Que golpe é esse? Sem tropas, sem armas, sem Forças Armadas", disse o político da extrema-direita. Vídeo
247 - Réu no inquérito da trama golpista e prestes a ser condenado pelo Supremo Tribunal Federal, Jair Bolsonaro (PL) resolveu desmentir as acusações sobre a tentativa de golpe. O político da extrema-direita também chamou de “coitados” os bolsonaristas que foram às ruas durante os atos golpistas do 8 de janeiro de 2023, em Brasília (DF).
“Que golpe é esse? Sem tropas, sem armas, sem Forças Armadas, sem nada. Essas pessoas que estão me julgando não têm o mínimo de consciência?”, afirmou Bolsonaro em entrevista à CNN.
Para o ex-mandatário, seus apoiadores que participaram das manifestações terroristas do 8 de janeiro são uns "coitados". O STF já condenou mais de 640 pessoas pela participação naquelas mobilizações.
No Supremo, os protestos dos bolsonaristas em Brasília fazem parte de uma investigação mais ampla, a da trama golpista, em que Bolsonaro é réu junto com mais 30 pessoas.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) concluiu a etapa de alegações finais na investigação sobre a tentativa de golpe de Estado envolvendo Bolsonaro e seus aliados. Agora, os acusados terão a oportunidade de apresentar suas defesas antes do julgamento no STF.
O tenente-coronel Mauro Cid, primeiro a se manifestar por ter um acordo de delação premiada, tem 15 dias para entregar sua defesa. Os outros 30 réus, incluindo membros do chamado "Núcleo 1", também terão o mesmo prazo.
Relator da investigação no STF, o ministro Alexandre de Moraes poderá solicitar novas provas se considerar necessário, decisão que pode ser tomada sem consulta aos outros ministros. Após as alegações finais e eventuais diligências complementares, Moraes preparará seu relatório e voto. O julgamento será realizado pela Primeira Turma do STF, composta por:
- Cármen Lúcia
- Cristiano Zanin (responsável por definir a data do julgamento)
- Luiz Fux
- Alexandre de Moraes
- Flávio Dino
Crimes imputados ao "núcleo 1"
Os réus são acusados de:
- Tentativa de abolir violentamente o Estado Democrático de Direito
- Danificar patrimônio tombado
- Promover um golpe de Estado
- Integrar organização criminosa armada
- Causar dano qualificado mediante violência ou grave ameaça
Alexandre Ramagem responde apenas pelas três primeiras acusações.
Estrutura dos núcleos investigados
As investigações da Polícia Federal (PF), PGR e STF identificaram que os suspeitos atuavam em grupos especializados, cada um com funções distintas para desestabilizar a ordem democrática.
- Núcleo 1 (Núcleo Crucial): Considerado o cérebro da operação, teria coordenado ações para interromper o funcionamento dos Poderes e anular a eleição de 2022.
- Núcleo 2 (Assessoria Jurídica e Intelectual): Forneceu argumentos teóricos e legais para justificar a ruptura institucional.
- Núcleo 3 (Militares): Reuniu altas patentes que atacaram o sistema eleitoral e criaram instabilidade política para viabilizar uma intervenção.
- Núcleo 4 (Fake News): Responsável por espalhar desinformação, especialmente contra as urnas eletrônicas, para enfraquecer a confiança nas instituições.
As provas indicam que a articulação foi um plano organizado, e não um movimento espontâneo, com o claro objetivo de subverter a democracia brasileira. O processo agora segue para a fase decisiva, com o STF definindo o futuro dos acusados.
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