Relatório da XP aposta em novas vendas da Avon
Corretora vê avanço no desinvestimento após venda da Avon CARD, mas alerta para cautela com ativos deficitários
247 - Relatório XP abre com a aposta da corretora nas novas vendas da Avon Internacional, destacando que a alienação da Avon CARD marca o início efetivo do processo de desinvestimento. A operação, que envolve as atividades da marca na América Central e República Dominicana, foi vendida ao Grupo PDC em um acordo considerado simbólico em termos de avaliação de ativo, mas relevante do ponto de vista estratégico.
Segundo a XP, o negócio reforça a percepção de que a Natura está comprometida em acelerar sua saída dos mercados menos rentáveis da Avon Internacional. Apesar do movimento, a corretora ressalta que investidores seguem cautelosos, já que os demais ativos apresentam forte queima de caixa e a viabilidade econômica das próximas vendas ainda é incerta. Ainda assim, os analistas mantêm recomendação de compra para as ações da Natura (NATU3), confiantes nos ganhos que a empresa poderá colher com a chamada “Onda 2” em seu negócio principal.
Estrutura do acordo com o Grupo PDC
Pelo contrato, a Natura continuará fornecendo produtos prontos à Avon CARD e receberá royalties pelo uso da marca na região. O Grupo PDC pagará US$ 22 milhões em créditos devidos pela Avon CARD à Avon México, enquanto a avaliação formal do ativo foi simbólica, fixada em apenas US$ 1. O fechamento da operação está previsto para 30 de outubro, podendo ser antecipado conforme a reorganização societária da unidade.
A Avon CARD engloba as operações em Guatemala, Nicarágua, Panamá, Honduras, El Salvador e República Dominicana. Com a venda, a Natura mantém o controle da marca e da distribuição, mas se desfaz de uma operação que registrou EBITDA ajustado negativo de R$ 16 milhões no primeiro trimestre de 2025.
Próximos passos: Avon Rússia na mira
A Natura definiu três frentes de desinvestimento: Avon CARD, Avon Rússia e ACL. Como CARD e Rússia estão sob o guarda-chuva da ACL, a expectativa do mercado é de que a Rússia seja a próxima a ser negociada, permitindo à holding reduzir riscos e preparar terreno para a venda da totalidade dos ativos internacionais.