Investidores correm para vender CDBs do Banco Master
Taxas ultrapassam 45% ao ano em algumas ofertas; investidores tentam se desfazer dos papéis diante do risco de liquidação extrajudicial
247 - As taxas dos certificados de depósitos bancários (CDBs) emitidos pelo Banco Master dispararam no mercado secundário depois que o Banco Central rejeitou, na semana passada, a proposta de compra da instituição pelo Banco de Brasília (BRB). A informação é do Valor Econômico.
O movimento reflete a tentativa de investidores de se desfazerem dos papéis em meio ao temor de uma eventual liquidação extrajudicial congelar os valores aplicados até que o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) honre os pagamentos, dentro do limite regulatório.
Na plataforma da XP Investimentos, maior canal de distribuição dos títulos de bancos médios, havia na última sexta-feira (5) 296 ativos do Master disponíveis para negociação. Alguns CDBs com vencimento em outubro estavam sendo ofertados a IPCA + 45,02%, enquanto prefixados para resgate entre dezembro de 2025 e janeiro de 2026 chegavam a 35% a 37% ao ano.
Um dos maiores estoques era de um CDB com vencimento em fevereiro de 2026, atrelado a 150% do CDI, com 167,6 mil títulos disponíveis, somando R$ 174,4 milhões. Também havia opções indexadas à inflação, totalizando 5,8 mil papéis.
No BTG Pactual, títulos prefixados com vencimento em 2027 apareciam a 20% ao ano, enquanto CDBs atrelados ao CDI para 2028 ofereciam CDI + 3%. O maior estoque era um papel com vencimento em outubro de 2026, precificado em IPCA + 13%, no valor de R$ 173,5 mil.
Exposição bilionária
Segundo estimativas de mercado, o Banco Master tem cerca de R$ 60 bilhões em papéis distribuídos a investidores. A XP concentra aproximadamente R$ 35 bilhões, seguida pelo BTG, com R$ 10 bilhões, e pela NuInvest, com R$ 3 bilhões.
Na XP, apenas 0,03% a 0,04% do estoque total ultrapassa o limite de cobertura do FGC, segundo fonte ouvida pelo Valor Econômico. Já o BTG não comercializa novas emissões do Master desde dezembro de 2024, e metade dos papéis em carteira não é mais negociada.