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Prestes a ser preso, Bolsonaro se vitimiza e pede orações

Réu por tentativa de golpe, ex-presidente chora no Senado, culpa “alguns poucos” pela situação do país e apela ao fanatismo religioso

Jair Bolsonaro durante interrogatório no STF (Foto: Gustavo Moreno/STF)
Redação Brasil 247 avatar
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247 – Em meio ao avanço dos processos judiciais que podem levá-lo à prisão, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recorreu novamente à sua retórica vitimista e ao apelo religioso. Em discurso realizado nesta quinta-feira (17), durante sessão solene no Senado, Bolsonaro chorou publicamente e pediu orações aos parlamentares.

O ex-presidente discursou durante homenagem póstuma ao pastor Gedelti Victalino Gueiros, fundador da igreja evangélica Maranata, e aproveitou a tribuna para afirmar que o Brasil estaria próximo de se tornar a “terra prometida do Ocidente”, não fosse a atuação de “alguns poucos” que, segundo ele, atrapalham o país. “Acredito em Deus. Peço orações a vocês. Por muitas vezes o óbvio está na sua frente. As pessoas poderosas dessa nação, algumas dessa Casa, quando se conscientizar do óbvio, que um dia ele vai embora, ele muda. Quantas vezes eu já falei, o que falta para nós sermos a terra prometida do Ocidente? Falta quase nada, mas alguns poucos nos atrapalham”, disse, segundo reporta o Valor.

O episódio ocorre justamente na semana em que a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido de condenação do ex-mandatário por participação direta em uma tentativa de golpe de Estado após sua derrota nas eleições de 2022. De acordo com a denúncia aceita pelo STF em março deste ano, Bolsonaro e seus aliados atuaram em uma conspiração que previa a subversão da ordem democrática, incluindo planos para prisão de autoridades, fechamento do Congresso e até ameaças de assassinato.

Caso condenado, Bolsonaro poderá enfrentar uma pena de até 43 anos de prisão, além da inelegibilidade já confirmada em outras instâncias. A investigação aponta provas contundentes, como vídeos e gravações de reuniões em que Bolsonaro discutia planos golpistas, bem como mensagens trocadas entre assessores próximos.

O ex-presidente tem feito recorrentes aparições em templos religiosos e sessões solenes, em uma tentativa clara de manter sua base mobilizada através do discurso religioso e do papel de “perseguido político”, enquanto enfrenta acusações gravíssimas de atentado ao Estado Democrático de Direito. A cena desta quinta-feira, com lágrimas e apelos por orações, reforça sua estratégia de tentar transformar crimes contra a democracia em narrativa de martírio pessoal.

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