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Polícia Civil do DF desmantela organização que comercializava cogumelos alucinógenos para todo o Brasil

A operação apreendeu mais de 3 mil pacotes de cogumelos e levou à prisão de nove pessoas, revelando a maior rede de distribuição de substâncias no país

Materiais apreendidos durante a Operação Psicose (Foto: Divulgação/PCDF)

247 - Na manhã desta quinta-feira (4), a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) desarticulou uma grande organização criminosa responsável pela venda de "cogumelos mágicos", substâncias alucinógenas, para diversas partes do Brasil, informa o g1. Durante a operação, foram presas nove pessoas e apreendidos mais de 3 mil pacotes de cogumelos que estavam sendo comercializados por meio das redes sociais e enviados pelos Correios. Esta ação é considerada a maior operação já realizada contra a produção e distribuição dessa substância no país, conforme detalhado por investigadores.

Os cogumelos em questão contêm psilocibina, uma substância psicodélica que altera a percepção sensorial e pode provocar experiências emocionais e visuais intensas. O consumo de psilocibina é proibido pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) devido aos potenciais riscos à saúde. A operação atingiu diversos estados, como Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Pará, Santa Catarina, Espírito Santo e São Paulo, com destaque para prisões ocorridas no Distrito Federal, nas regiões de Águas Claras e Taguatinga.

O delegado Waldek Fachinelli, da PCDF, destacou os perigos dessa substância, alertando que seus efeitos podem ser graves e até letais. "Entre esses diversos efeitos estão a psicose, transtornos mentais, desconexão da realidade e paranoia. Pode haver, inclusive, a recorrência espontânea dos efeitos da droga, ou seja, anos depois, a pessoa pode apresentar a mesma reação", afirmou Fachinelli.

A investigação revelou que os criminosos usavam as redes sociais para atrair clientes, principalmente jovens frequentadores de festas de música eletrônica. Eles operavam no modelo de dropshipping, no qual os produtos eram anunciados online, mas não havia estoque físico, com os cogumelos sendo enviados diretamente para os consumidores via Correios. Embora o grupo possuísse um cultivo próprio de cogumelos no Distrito Federal, a produção não era suficiente para atender à demanda, o que levou os investigadores a localizar o centro da operação em Curitiba, no Paraná. Lá, os criminosos mantinham galpões que funcionavam como laboratório, além de salas de cultivo capazes de produzir até 200 quilos de cogumelos mensais.

Entre 2024 e 2025, foram registradas 3.718 encomendas enviadas para o DF, totalizando mais de 1,3 tonelada de cogumelos. Os criminosos ainda investiam em patrocínios de feiras e festivais de música eletrônica, utilizando influenciadores digitais e DJs como promotores dos produtos ilegais. Essas ações ajudavam a fortalecer a associação entre a droga e momentos de lazer, além de ampliar o alcance do negócio.

Estima-se que a organização tenha movimentado R$ 26 milhões em apenas um ano com a comercialização de cogumelos alucinógenos. Os acusados serão processados por tráfico de drogas qualificado, lavagem de dinheiro, participação em organização criminosa, disseminação de espécies que possam prejudicar a agricultura, a pecuária e os ecossistemas, além de outros crimes, como publicidade abusiva e curandeirismo.

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