PL antifacção de Derrite restringe atuação da PF, diz Lindbergh
Segundo o deputado, o projeto enfraquece o combate ao crime organizado
247 - O deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) criticou duramente o texto substitutivo apresentado pelo deputado Guilherme Derrite (PL-SP) ao Projeto de Lei 5.582/2025, afirmando que a proposta tem o objetivo de enfraquecer a atuação da Polícia Federal (PF) em investigações criminais. O parlamentar alertou para o risco de o projeto inviabilizar apurações interestaduais e transnacionais conduzidas pela PF.
De acordo com informações publicadas por Farias, o texto relatado por Derrite determina, no artigo 11, inciso II, que “a investigação criminal caberá às Polícias Civis e a competência para processamento e julgamento será da Justiça Estadual”. Segundo o senador, a redação “retira a PF das apurações”, uma vez que o parágrafo único permite a participação federal apenas “mediante provocação do governador do Estado”.
Lindbergh afirmou que essa limitação “engessa completamente investigações interestaduais e transnacionais, como a Operação Carbono Oculto, que revelou o rastro financeiro das facções, do tráfico e de seus laranjas no exterior”. O parlamentar ressaltou que o projeto “tira poder da PF, protege redes de lavagem e impede a cooperação direta entre polícias, na contramão do que foi proposto na PEC da Segurança”.
Em tom de alerta, o deputado classificou a medida como “uma manobra inconstitucional, que fere o artigo 144, parágrafo 1º, inciso I, da Constituição Federal”. Segundo ele, o texto busca “sabotar as investigações mais relevantes do país e blindar quem teme o avanço da Operação Carbono Oculto”.
Na publicação, Lindbergh questionou diretamente os motivos do relator: “Por que Derrite tem tanto medo da Polícia Federal?”. O deputado defendeu a manutenção do trabalho conjunto entre as forças de segurança e cobrou respeito ao projeto técnico elaborado pelo governo federal. “Precisamos de trabalho conjunto, que respeite o projeto do governo, elaborado por técnicos e não por um relator descredenciado que quer fazer politicagem em benefício de seu suspeito grupo”, declarou.
O parlamentar também levantou suspeitas sobre os interesses por trás da proposta: “Qual o interesse em retirar a PF de investigações contra facções criminosas? Proteger o PCC?”. Ele reforçou que o projeto pode beneficiar grupos ligados ao crime organizado e prejudicar o combate à lavagem de dinheiro e às milícias.


