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      Philco demite 800 em Manaus e sindicato vê corte “atípico”

      Empresa alegou queda nas vendas de TVs e micro-ondas, mas setor registrou leve alta em 2025, segundo dados da Eletros

      Fábrica de Manaus da Philco (Foto: Divulgação)
      Luis Mauro Filho avatar
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      247 - A Britânia Eletrodomésticos, responsável pela marca Philco, desligou cerca de 800 funcionários da unidade fabril de Manaus (AM), conforme noticiado inicialmente pelo jornal O Estado de S. Paulo. A planta industrial é dedicada à produção de televisores, fornos de micro-ondas e aparelhos de ar-condicionado. O corte representa cerca de 30% da força de trabalho da unidade, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas.

      Em nota oficial, a companhia justificou a demissão em massa com a argumentação de que as vendas de determinados produtos sazonais ficaram abaixo do esperado em 2025. “Diante desse cenário, foi necessário realizar um ajuste no quadro de colaboradores”, comunicou a empresa.

      Sindicato critica justificativa e aponta inconsistência

      O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Estado do Amazonas e dirigente da CUT-AM, Valdemir Santana, considerou o episódio fora dos padrões. “Foi um caso meio atípico”, avaliou. Ele destacou que outras empresas concorrentes, também atuantes na fabricação de TVs e micro-ondas, não recorreram a cortes generalizados. “Tem estoque de TVs, e o produto não está vendendo como vendia antes, mas não houve demissão assim”, reforçou.

      Segundo a Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), entre janeiro e maio deste ano as vendas de televisores cresceram timidamente: 0,3% em comparação com o mesmo período de 2024. A estimativa da entidade é que o primeiro semestre feche com avanço de 1%.

      Impacto local e medidas compensatórias

      A Philco figura entre as dez maiores empregadoras do polo industrial de Manaus, o que acentua o impacto da medida. Ainda de acordo com a empresa, a última grande rodada de demissões ocorreu durante a pandemia de covid-19, quando o setor enfrentou retração severa na demanda.

      Apesar da notícia negativa, Valdemir Santana pondera que o atual cenário do polo industrial é favorável à reinserção dos demitidos. “O polo está com nível recorde de emprego, com 132 mil trabalhadores. Faltam profissionais qualificados, então não será difícil esses trabalhadores se recolocarem”, afirmou.

      A formalização das demissões começou nesta segunda-feira (14), na sede do sindicato. O acordo firmado com a empresa prevê a manutenção do plano de saúde dos demitidos até o fim de agosto e a entrega de três cestas básicas por funcionário — número que sobe para quatro no caso de quem estava há mais de dois anos na companhia. O sindicato também garantiu que, caso haja recontratações, os trabalhadores desligados terão prioridade.

      Reestruturação localizada

      A Britânia, cuja sede está localizada em Curitiba (PR), opera ainda com uma fábrica e um centro de distribuição em Joinville (SC). A empresa assegurou, em nota, que os cortes estão restritos à planta de Manaus e não afetarão outras unidades. “As recentes movimentações fazem parte de um processo de reestruturação pontual compatível com a produção na região”, concluiu.

      A companhia não divulgou o número exato de trabalhadores por unidade, alegando questões estratégicas, mas declarou que segue “comprometida com a valorização de suas equipes”.

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