247 - O Polo Industrial de Manaus (PIM) alcançou um faturamento de R$ 147,69 bilhões entre janeiro e agosto de 2025, o que representa um aumento de 10,4% em relação ao mesmo período do ano passado, quando o total havia sido de R$ 133,73 bilhões. Convertido para moeda estrangeira, o resultado equivale a US$ 26,11 bilhões, evidenciando a força do modelo de produção da Zona Franca de Manaus em meio ao cenário econômico nacional.
Com base em informações da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), o desempenho positivo do polo industrial não se restringe ao faturamento: o número de empregos também apresentou crescimento consistente. Em agosto, o PIM empregou 129.955 trabalhadores — entre efetivos, temporários e terceirizados —, um avanço de 1,31% em relação a julho e de 2,41% na comparação com agosto de 2024. A média mensal de empregos no ano chegou a 131.569, o que representa 8,58% a mais que a média registrada nos oito primeiros meses do ano passado.
<h2>Setores em destaque</h2>
Os segmentos que mais contribuíram para o desempenho do polo foram os de Bens de Informática (21,15% do faturamento), Duas Rodas (20,08%), Eletroeletrônico (16,61%) e Químico (10,05%). Em termos de crescimento, chamaram a atenção os setores Madeireiro (+40,1%), Vestuário e Calçados (+40,81%) e o de Duas Rodas, que teve expansão de 21,83% na comparação anual.
Entre os produtos com maior volume de produção no período estão as motocicletas, motonetas e ciclomotos, com 1,42 milhão de unidades fabricadas — alta de 15,81%. Também se destacaram os monitores LCD para informática (2,37 milhões de unidades, aumento de 16,31%), os condicionadores de ar split system (4,22 milhões de unidades, alta de 10,95%), as bicicletas, inclusive elétricas (315 mil unidades, avanço de 20,61%) e os relógios de pulso e de bolso (5,62 milhões de unidades, crescimento de 34,43%).
<h2>“Amazônia e Brasil colhem resultados positivos”</h2>
Para o superintendente da Suframa, Bosco Saraiva, o desempenho do polo é reflexo direto do ambiente de negócios estável e do comprometimento do setor produtivo. “É o resultado direto da dedicação da nossa classe empresarial e da nossa força de trabalho, aliado à segurança jurídica que o modelo Zona Franca de Manaus, apoiado pelo Governo Federal, proporciona”, afirmou.
Saraiva destacou ainda que a performance acima de 10% no faturamento e a manutenção da média de empregos acima de 131 mil postos demonstram a solidez da economia regional. “Estamos no caminho certo para fechar 2025 com um balanço extremamente positivo para a Amazônia e para o Brasil”, completou o superintendente.

Otávio Rosso

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Indústria

Polo Industrial de Manaus registra alta de 10,4% e movimenta R$ 147,6 bilhões até agosto

247 – A Honda Motos anunciou, nesta quinta-feira (2), durante evento em São Paulo, um novo ciclo de investimentos em sua fábrica localizada no Polo Industrial de Manaus. Segundo <a href="https://valor.globo.com/empresas/noticia/2025/10/02/honda-vai-investir-r-16-bi-na-fbrica-de-motos-em-manaus.ghtml">reportagem do Valor Econômico</a>, o plano prevê aporte de R$ 1,6 bilhão até 2029, com início imediato neste mês de outubro. É o maior investimento já realizado em um único pacote na unidade, que completará 50 anos em 2026.
Os recursos, todos gerados no país, serão destinados ao aumento da capacidade de produção, à modernização da fábrica e ao desenvolvimento de novos modelos. O último plano da montadora, anunciado em 2019, foi de R$ 500 milhões e visava recuperar a indústria após uma crise que havia derrubado a produção nacional de 2,1 milhões de motos em 2011 para apenas 883 mil em 2017.
<h2>Mercado em expansão</h2>
O crescimento do setor foi impulsionado pela explosão do delivery durante a pandemia e mantém ritmo forte. A estimativa é que, em 2025, sejam produzidas 1,88 milhão de motocicletas em Manaus, um aumento de 7,5% em relação a 2024. Para 2026, a expectativa é atingir novamente a marca de 2 milhões de unidades.
Com cerca de 75% de participação de mercado, a Honda já opera próxima do limite de sua capacidade, atualmente em 1,4 milhão de motos por ano. “Estamos trabalhando muito perto da capacidade, em torno de 90%. Por isso a decisão de ampliar”, afirmou Lourival Barros, head de produção, qualidade e logística da companhia.
<h2>Mais empregos e novas linhas produtivas</h2>
A expansão permitirá à montadora alcançar 1,6 milhão de unidades anuais, o que equivale a 7 mil motos por dia. Para isso, a empresa abrirá novas linhas de produção, introduzirá equipamentos de alta tecnologia e fará alterações no layout da fábrica. A estimativa é gerar 350 novos postos de trabalho em Manaus, que hoje conta com 8.650 funcionários.
O presidente da Honda Motos, Arata Ichinose, destacou que o investimento reforça o compromisso de longo prazo da empresa com o Brasil: “Um dos objetivos é manter a liderança na indústria”.
<h2>Produção voltada ao mercado interno</h2>
Embora exporte para 17 países, a Honda deixa claro que o foco da expansão é atender à crescente demanda brasileira. “Apesar de exportar para 17 países, a nossa exportação representa menos de 0,5% da produção. Esse incremento produtivo se destina a atender ao mercado nacional”, afirmou Marcos Bento, head comercial da montadora.
<h2>Novos modelos e aposta em motores flex</h2>
De acordo com Marcelo Takashi, head de planejamento, os recursos também contemplarão o lançamento de motocicletas inéditas e a atualização de modelos já existentes. “Lançamos 10 modelos em 2024 e oito neste ano”, disse. Atualmente, a Honda fabrica 20 modelos em Manaus e importa outros sete.
A entrada no segmento elétrico, cada vez mais explorado por montadoras chinesas, ainda não tem data definida. Segundo Takashi, a estratégia da empresa é avaliar a infraestrutura e a realidade de cada mercado. Enquanto isso, a aposta no Brasil segue sendo os motores flex, que já representam 65% das motos produzidas pela marca no país.

Redação Brasil 247

Economia

Demanda por motos cresce com força no governo Lula e Honda anuncia investimento bilionário em Manaus

247 - A embarcação Uiara, desenvolvida pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), iniciou nesta terça-feira (30) sua primeira missão oficial. O barco partiu da Base Naval de Aratu, na Bahia, e segue rumo a Manaus, onde será incorporado às operações de monitoramento hídrico na Amazônia.&nbsp;
Construída no Estaleiro B3, em Simões Filho (BA), a Uiara é a primeira das duas Embarcações de Apoio Fluvial (EapFlu) projetadas para atuar em regiões de difícil acesso, principalmente nos rios amazônicos. O deslocamento até Manaus conta com o apoio da Marinha do Brasil e envolve uma rota pelo litoral brasileiro até a foz do Amazonas, seguindo rio acima em direção à capital amazonense.
<h2>Roteiro da viagem até Manaus</h2>
O cronograma prevê paradas estratégicas em diversas cidades ao longo da rota. No dia 4 de outubro, o navio fará escala em Fortaleza (CE) e, dependendo da autonomia, pode chegar a São Luís (MA) no dia 7. No dia 9, terá uma parada programada em Belém (PA) para reabastecimento. Entre os dias 10 e 16 de outubro, a embarcação passará por Breves, Gurupá, Monte Alegre, Santarém, Óbidos, Parintins e Itacoatiara, até chegar a Manaus em 17 de outubro.
Na capital amazonense, a Uiara receberá os ajustes finais antes da cerimônia oficial de incorporação, em data ainda a ser confirmada. A operação contará com o suporte do 9º Distrito Naval e do Serviço Geológico do Brasil (SGB), parceiro da ANA na Rede Hidrometeorológica Nacional (RHN).
<h2>Missão estratégica para a Amazônia</h2>
A ANA destaca que a criação das embarcações Uiara e Jaci tem como objetivo superar os desafios logísticos enfrentados no monitoramento de rios da Amazônia. Com 4,5 mil estações em todo o país — 1,9 mil fluviométricas e 2,8 mil pluviométricas —, a rede nacional mede níveis e vazões de rios e índices de chuva.
A Uiara foi equipada com instrumentos capazes de medir vazão, qualidade da água e transporte de sedimentos. Essas informações são fundamentais para a gestão integrada dos recursos hídricos e para a fiscalização dos usos da água no Brasil.
<h2>Nome escolhido em consulta pública</h2>
Em 2024, a ANA e o SGB realizaram uma votação para escolher os nomes das duas embarcações. Uiara, que significa “mãe d’água” ou “a dominadora”, venceu com 31,8% dos votos. Já Jaci, nome associado à deusa lua dos povos indígenas, ficou em segundo lugar, com 19,4%. A decisão foi homologada por unanimidade pela Diretoria Colegiada da ANA em outubro do mesmo ano.
A segunda embarcação, Jaci (EapFlu 2), também está sendo construída no Estaleiro B3, com previsão de conclusão em 2026, sob supervisão da Diretoria de Engenharia Naval da Marinha.
Com a chegada da Uiara à Amazônia, a ANA fortalece o monitoramento hidrológico em uma das regiões mais estratégicas e desafiadoras do país, ampliando a capacidade de fiscalização e a produção de dados essenciais para a preservação dos recursos hídricos.

Guilherme Levorato

Embarcação Uiara, projetada para monitorar águas fluviais

Brasil Sustentável

Uiara inicia missão pioneira de monitoramento hídrico nos rios da Amazônia

247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva inaugurou nesta terça-feira (9) o<a href="https://www.brasil247.com/brasil/lula-deve-inaugurar-novo-centro-de-inteligencia-da-policia-federal-em-manaus"> Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia</a> (CCPI Amazônia), em Manaus. Com investimento de R$ 36,7 milhões do Fundo Amazônia, coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e gerido pelo BNDES, o centro funcionará como núcleo permanente de inteligência policial.
A estrutura vai integrar ações dos nove estados que compõem a Amazônia Legal e dos <a href="https://www.brasil247.com/cop30/lula-quer-reforcar-o-engajamento-de-paises-amazonicos-na-cop30">nove países amazônicos</a>, ampliando a capacidade de enfrentar crimes ambientais, tráfico de drogas, armas e pessoas.
<h2>Estrutura de ponta e articulação integrada</h2>
Instalado em Manaus, o CCPI articula a atuação da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Força Nacional e das polícias estaduais, criando uma rede de cooperação inédita na região. O espaço moderno e tecnológico busca fortalecer a presença do Estado em áreas de difícil acesso, promovendo a prevenção, investigação e repressão de crimes que afetam a floresta.
O delegado federal Humberto Freire, diretor da Amazônia e Meio Ambiente da Polícia Federal, destacou a relevância do novo centro: “A inauguração do CCPI Amazônia é um divisor de águas no combate ao crime organizado e na proteção da floresta. O centro funciona de forma permanente, integrando esforços nacionais e internacionais”, afirmou.
<h2>Combate ao ouro ilegal e crimes ambientais</h2>
Além de abrigar operações integradas, o apoio do Fundo Amazônia à Polícia Federal também permitirá a execução da operação Ouro-Alvo, voltada para rastrear a origem do <a href="https://www.brasil247.com/meioambiente/prf-apreende-mais-de-100-kg-de-ouro-ilegal-com-apoio-do-plano-amas-e-do-fundo-amazonia">ouro</a> e combater crimes como grilagem de terras públicas, lavagem de dinheiro e atividades ligadas ao desmatamento.
O CCPI integra o Plano Amazônia: Segurança e Soberania (AMAS), que recebeu R$ 318,5 milhões em recursos. Essa iniciativa possibilita a compra de helicópteros, lanchas blindadas, viaturas e drones, ampliando a fiscalização e a repressão a crimes ambientais.
<h2>Segurança e qualidade de vida</h2>
Pela primeira vez, a Amazônia contará com um sistema de segurança estruturado em ambiente integrado, reunindo agentes de diferentes países e órgãos brasileiros em uma mesma estratégia.
“Os esforços integrados buscam a descapitalização e o mapeamento das cadeias produtivas ilegais. Nosso compromisso é proteger a Amazônia e garantir segurança e qualidade de vida para quem vive na região”, concluiu Freire.

Brasil

Lula inaugura centro de inteligência da PF em Manaus

(Reuters) - O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou nesta sexta-feira que o linhão de transmissão de energia que liga Manaus e Boa Vista foi energizado, permitindo que o Brasil esteja "100% interligado".
A obra, que entra em fase de testes neste mês, viabiliza a conexão de Roraima ao Sistema Interligado Nacional (SIN) -- o Estado é o único do país que não recebe energia da rede elétrica nacional, dependendo principalmente de geração local termelétrica para seu suprimento de energia.
Chamado de Linhão de Tucuruí, o empreendimento é de responsabilidade de uma concessionária da Eletrobras e Alupar. O projeto foi licitado há 14 anos e enfrentou uma série de dificuldades para sair do papel, ligadas principalmente ao licenciamento ambiental, por atravessar terras indígenas dos Waimiri Atroari.

Leonardo Sobreira

Brasília (DF) - 15/08/2023 - O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira 

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Linhão Manaus-Boa Vista foi energizado e Brasil está 100% interligado, anuncia Silveira

247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estará em Manaus, no Amazonas, na próxima terça-feira (9), para inaugurar o Centro de Cooperação Policial Internacional (CCPI) da Amazônia, uma importante iniciativa do governo federal no combate ao crime organizado na região. De acordo com informações da <a href="https://www.cnnbrasil.com.br/politica/lula-deve-ir-a-manaus-inaugurar-centro-de-inteligencia-da-policia-federal/">CNN Brasil</a>, a cerimônia contará também com a presença do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues. O novo centro, que já iniciou suas atividades de maneira improvisada em junho, visa fortalecer a colaboração entre o Brasil e os países vizinhos na luta contra os crimes transnacionais.
Com uma estrutura que inclui seis andares, o CCPI já está operando em duas dessas áreas, com a participação inicial de investigadores brasileiros. Recentemente, no entanto, policiais de outros países começaram a chegar à unidade, o que sinaliza a ampliação das operações internacionais de combate ao crime organizado. As autoridades destacam que a inauguração do centro é um marco significativo no enfrentamento do crime na região amazônica, particularmente em relação a atividades ilegais como grilagem de terras, garimpo ilegal e tráfico de drogas.
O CCPI tem como objetivo ser um ponto central de inteligência, coordenando esforços de segurança pública no Brasil e nos países da América Latina que fazem parte da Amazônia Legal. Além disso, o centro estará envolvido em ações integradas para combater crimes ambientais, o tráfico de drogas e o contrabando, além de monitorar as atividades de facções criminosas que tentam se expandir pela região. Segundo autoridades próximas ao projeto, a estrutura do centro inclui áreas dedicadas à inteligência, operações, logística, videomonitoramento, gabinete de crise e uma sala de imprensa. Além disso, o projeto envolve a participação de representantes dos estados da Amazônia, como Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.
O centro faz parte do "Plano Amas: Amazônia: Segurança e Soberania", uma parceria entre o Ministério da Justiça e o Ministério do Meio Ambiente, com o apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Autoridades acreditam que o novo centro será essencial no enfrentamento das crescentes ameaças do crime organizado, especialmente considerando a proximidade da Amazônia com as fronteiras internacionais do Brasil.&nbsp;

Lula deve inaugurar novo centro de inteligência da Polícia Federal em Manaus

247 - A Refinaria de Manaus (Ream), antiga Refinaria Isaac Sabbá (Reman), privatizada em dezembro de 2022 e atualmente sob o controle do Grupo Atem, deixou de operar como refinaria de petróleo. A denúncia foi feita pelo Sindicato dos Petroleiros do Amazonas (Sindipetro-AM) ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Segundo a entidade, todo o petróleo extraído em Urucu (AM) está sendo transportado até São Sebastião (SP) para ser processado pela Petrobras, em uma viagem que leva de 14 a 16 dias.
O Ministério de Minas e Energia (MME) também se manifestou e enviou ofícios ao Cade pedindo providências diante de práticas consideradas anticoncorrenciais no setor de combustíveis. De acordo com o ministério, os preços cobrados pela Ream estão acima da média nacional e superiores ao Preço de Paridade de Importação (PPI), penalizando especialmente os consumidores da Região Norte, que hoje pagam os valores mais altos do Brasil por gasolina, diesel e gás de cozinha.
<h2>Produção em queda e paralisação total</h2>
A trajetória de queda da produção de combustíveis na Ream é reveladora. Entre 2020 e 2022, a refinaria mantinha média de 40 mil barris por dia. No ano seguinte, já sob gestão privada, o volume caiu para menos de 30 mil barris/dia. Em 2024, a produção despencou para menos de 10 mil barris/dia, até ser completamente interrompida em fevereiro de 2025, quando não houve mais qualquer pedido da unidade para receber petróleo de Urucu.
“O resultado é que a única refinaria da Região Norte não refina mais nenhum litro de petróleo, enquanto os combustíveis no Amazonas permanecem entre os mais caros do Brasil, chegando a custar até 10% acima da média nacional”, afirmou o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar.
<h2>Denúncias e fiscalização</h2>
O Sindipetro-AM acusa a Ream de descumprir os compromissos assumidos no processo de privatização ao descaracterizar a função de refinaria. A denúncia, apresentada em 18 de junho, pede a apuração de irregularidades graves na operação.
Diante do cenário, o MME reforçou ao Cade a necessidade de investigar os efeitos da paralisação sobre a concorrência e sobre os preços praticados na região. A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) também foi acionada. Após reuniões com representantes dos petroleiros, a ANP realizou fiscalizações nos dias 24 e 26 de junho, resultando na emissão de dois autos de infração e na abertura de uma auditoria cujo relatório ainda não foi divulgado.
<h2>Impacto no consumidor e incertezas futuras</h2>
A ausência de refino no Amazonas traz efeitos diretos para a população e para a própria Petrobras. A estatal precisa arcar com custos logísticos mais altos para transportar o petróleo até São Paulo, enquanto os consumidores da Região Norte seguem pagando até 10% a mais em relação à média nacional por gasolina e gás de cozinha.
Até o momento, o Cade mantém as investigações sob sigilo e não se manifestou oficialmente sobre os pedidos do governo. O MME também aguarda resposta sobre os ofícios enviados. A ANP, por sua vez, deve adotar novas medidas após a conclusão do relatório de auditoria.&nbsp;

Refinaria da Amazônia (Ream), antiga Isaac Sabbá (Reman)

Petróleo do Amazonas deixa de ser refinado em Manaus e segue para São Paulo

247 - Em um documento oficial publicado discretamente em 2025, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) reconheceu que a crise de oxigênio que assolou Manaus em 2021 foi prevista com meses de antecedência. O material, que compila as “memórias” da atuação da agência durante a pandemia de Covid-19, revela que diversos alertas sobre o agravamento da situação no Amazonas foram encaminhados ao governo Jair Bolsonaro (PL), mas acabaram ignorados, informa Jamil Chade, no <a href="https://veronoticias.com/artigo/abin-avisou-que-iria-faltar-oxigenio-em-manaus/">Vero Notícias</a>.
Além de prever a falta de oxigênio, os relatórios internos da Abin apontavam a subnotificação de mortes por Covid-19 e os riscos representados pelo garimpo ilegal para a disseminação do vírus entre populações indígenas. Em um briefing datado de 11 de maio de 2020, a agência já alertava para o impacto da mineração ilegal no avanço da pandemia: “o trânsito de pessoas em função do garimpo rompe a barreira de isolamento relativo que tem sido responsável por proteger essas populações”, afirmava o documento.
Alerta ignorado e subnotificação de mortes - De acordo com um agente da Abin que atuava na Superintendência Estadual do Amazonas — e cuja identidade foi preservada —, a realidade dos relatórios produzidos no estado não condizia com o discurso oficial do governo Jair Bolsonaro, que minimizava a gravidade da situação. “A realidade que relatávamos nos documentos não se alinhava com um discurso que na época defendia que as notícias que saíam na mídia sobre Manaus eram exageradas”, afirmou o servidor.
Segundo ele, os relatórios da Abin em Manaus passaram a ser feitos diariamente com o avanço da crise sanitária. Ao relatar o cotidiano na cidade, o agente descreveu que o único ponto com trânsito era a avenida que levava ao cemitério, que passou a limitar a entrada de veículos para os sepultamentos: “O cemitério não comportava aquela quantidade de gente enterrando os familiares”.
A subnotificação de óbitos era evidente para a agência, que passou a confrontar os dados oficiais com registros das funerárias. A comparação com os três anos anteriores mostrou que a média de 28 mortes por dia saltou para picos de até 167 mortes diárias durante a pandemia. No entanto, os registros oficiais contabilizavam apenas cerca de 30% desse total. “Só se contabilizava a morte por Covid-19 de pacientes que tinham passado por algum teste”, relatou o agente.
Tensão interna e resistência à verdade - O servidor também revelou que os relatórios elaborados pela superintendência em Manaus geraram desconforto na direção-geral da Abin, então alinhada ao governo federal. “Havia uma expectativa de que as informações da Abin pudessem corroborar o discurso de que a crise em Manaus estava sendo exagerada”, afirmou. “Mas não podíamos mentir. A crise, na verdade, era muito mais grave".
Ele destacou que a própria existência de covas coletivas, inicialmente questionada por autoridades, foi confirmada pela agência e documentada pela imprensa. “Não tinha como negar”, disse.
Crise do oxigênio era previsível - Apesar da aparente retomada da normalidade em outubro de 2020, com reabertura do comércio e festas retornando, a cidade voltou ao caos em janeiro de 2021, durante o colapso do fornecimento de oxigênio. O agente relatou: “Foi horrível, e ainda com relatos de desvio de dinheiro que era para comprar respiradores, golpes aplicados em quem tentava comprar oxigênio, um absurdo!”.
A falta de planejamento foi considerada uma tragédia anunciada. Segundo o servidor, já em abril de 2020 a Abin havia produzido um relatório sobre gases medicinais alertando que, em caso de aumento exponencial da demanda, poderia haver desabastecimento. “Foi exatamente o que aconteceu em Manaus alguns meses depois”, afirmou.
Efeitos psicológicos na equipe - O impacto emocional do cenário vivido também foi relatado. “Foi um período de muito estresse, ansiedade, insônia”, revelou o agente. Em um dos episódios, ele dormiu de roupa social e sapatos, exausto, antes de enviar um relatório à sede em Brasília. “Quando acordei, não consegui entender o que estava acontecendo, que horas eram, por que estava dormindo de roupa social e sapato, fiquei desorientado por um tempo".
Ele conclui o testemunho reconhecendo o desafio de manter o trabalho diante do desinteresse da direção-geral e da tentativa de preservar a qualidade técnica da equipe. “Era muito estressante”, resumiu.

Saúde

Abin alertou governo Bolsonaro com antecedência sobre colapso de oxigênio em Manaus durante a pandemia

247 - A Britânia Eletrodomésticos, responsável pela marca Philco, desligou cerca de 800 funcionários da unidade fabril de Manaus (AM), conforme noticiado inicialmente pelo jornal O Estado de S. Paulo. A planta industrial é dedicada à produção de televisores, fornos de micro-ondas e aparelhos de ar-condicionado. O corte representa cerca de 30% da força de trabalho da unidade, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas.
Em nota oficial, a companhia justificou a demissão em massa com a argumentação de que as vendas de determinados produtos sazonais ficaram abaixo do esperado em 2025. “Diante desse cenário, foi necessário realizar um ajuste no quadro de colaboradores”, comunicou a empresa.
<h3>Sindicato critica justificativa e aponta inconsistência</h3>
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Estado do Amazonas e dirigente da CUT-AM, Valdemir Santana, considerou o episódio fora dos padrões. “Foi um caso meio atípico”, avaliou. Ele destacou que outras empresas concorrentes, também atuantes na fabricação de TVs e micro-ondas, não recorreram a cortes generalizados. “Tem estoque de TVs, e o produto não está vendendo como vendia antes, mas não houve demissão assim”, reforçou.
Segundo a Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), entre janeiro e maio deste ano as vendas de televisores cresceram timidamente: 0,3% em comparação com o mesmo período de 2024. A estimativa da entidade é que o primeiro semestre feche com avanço de 1%.
<h3>Impacto local e medidas compensatórias</h3>
A Philco figura entre as dez maiores empregadoras do polo industrial de Manaus, o que acentua o impacto da medida. Ainda de acordo com a empresa, a última grande rodada de demissões ocorreu durante a pandemia de covid-19, quando o setor enfrentou retração severa na demanda.
Apesar da notícia negativa, Valdemir Santana pondera que o atual cenário do polo industrial é favorável à reinserção dos demitidos. “O polo está com nível recorde de emprego, com 132 mil trabalhadores. Faltam profissionais qualificados, então não será difícil esses trabalhadores se recolocarem”, afirmou.
A formalização das demissões começou nesta segunda-feira (14), na sede do sindicato. O acordo firmado com a empresa prevê a manutenção do plano de saúde dos demitidos até o fim de agosto e a entrega de três cestas básicas por funcionário — número que sobe para quatro no caso de quem estava há mais de dois anos na companhia. O sindicato também garantiu que, caso haja recontratações, os trabalhadores desligados terão prioridade.
<h3>Reestruturação localizada</h3>
A Britânia, cuja sede está localizada em Curitiba (PR), opera ainda com uma fábrica e um centro de distribuição em Joinville (SC). A empresa assegurou, em nota, que os cortes estão restritos à planta de Manaus e não afetarão outras unidades. “As recentes movimentações fazem parte de um processo de reestruturação pontual compatível com a produção na região”, concluiu.
A companhia não divulgou o número exato de trabalhadores por unidade, alegando questões estratégicas, mas declarou que segue “comprometida com a valorização de suas equipes”.

Luis Mauro Filho

Philco demite 800 em Manaus e sindicato vê corte “atípico”

247 - O nível da água do Rio Negro em Manaus continua subindo e alcançou 29,04 metros nessa sexta-feira (4), o que não acontecia desde 2014. Pelo menos 40 dos 62 municípios amazonenses estão em situação de emergência e 18 em alerta. Mais de 530 mil pessoas foram afetadas no estado.
Os 40 municípios representam 93% das cidades do Amazonas. Além da capital, o nível dos rios continua subindo em municípios como Itacoatiara, banhada pelo Rio Amazonas, e Manacapuru, às margens do Rio Solimões.
A situação é preocupante porque, normalmente, julho é o mês em que a água começa a baixar. O Amazonas vive um ciclo anual de cheias e secas nos rios.

Leonardo Lucena

Cheias históricas deixam mais de 90% dos municípios amazonenses em emergência e afetam mais de meio milhão de pessoas no estado

André Richter, repórter da Agência Brasil - O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta terça-feira (3) a transferência do tenente-coronel Hélio Ferreira Lima para o 7º Batalhão de Polícia do Exército, localizado em Manaus.
O militar, que é um dos kids-pretos - tropa de elite do Exército - foi preso em novembro do ano passado na Operação Contragolpe, deflagrada pela Polícia Federal (PF) no âmbito das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Hélio Ferreira está preso nas dependências do Comando Militar do Planalto (CMP), em Brasília, e será transferido após Alexandre de Moraes aceitar pedido da defesa para que o acusado fique preso na cidade onde seus familiares moram.
Além do tenente-coronel, também estão presos na capital federal o general da reserva do Exército Mário Fernandes e o major Rodrigo Bezerra de Azevedo.
Os presos foram indiciados pela PF no inquérito no qual Jair Bolsonaro é acusado de tentativa de golpe. O relatório de indiciamento está na Procuradoria-Geral da República (PGR).
O procurador-geral, Paulo Gonet, vai decidir se o ex-presidente e os demais acusados serão denunciados ao Supremo pelos crimes imputados pelos investigadores.

Guilherme Paladino

Moraes autoriza transferência de kid preto de Brasília para Manaus

247 - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou a liberação de R$ 1,5 bilhão para financiar o plano de universalização da cobertura de esgoto em Manaus. A informação foi divulgada pelo banco em nota oficial. O investimento busca viabilizar o projeto da concessionária Águas de Manaus, responsável pelo abastecimento de água e tratamento de esgoto da capital do Amazonas, destaca a <a href="https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2025/02/bndes-vai-destinar-r-15-bi-para-plano-de-universalizacao-do-saneamento-em-manaus.shtml">Folha</a>.
O montante será dividido entre R$ 255 milhões em recursos diretos do BNDES Finem, linha de crédito voltada a infraestrutura, e R$ 1,245 bilhão provenientes da emissão de debêntures incentivadas, operação coordenada pelo próprio banco.
"Universalizar a cobertura de esgoto é um dos desafios do Brasil e exige a implementação de soluções atrativas de financiamento, como a emissão de debêntures incentivadas, que permite o investimento necessário para a conclusão de obras de infraestrutura", afirmou Aloizio Mercadante, presidente do BNDES.
O plano prevê a implantação de 2.335 km de redes coletoras, 157 km de interceptores e a instalação ou reforma de 29 estações de tratamento de esgoto. Além disso, 248 estações elevatórias de esgoto serão modernizadas, com 147 km de rede de extensão.
Atualmente, Manaus já atingiu a meta de universalização do abastecimento de água, conforme estipulado pelo marco do saneamento. A cidade possui 4.155 km de redes de distribuição e 52 poços ativos. No entanto, a cobertura de esgoto ainda está distante do objetivo: apenas 30% da população tem acesso ao serviço, com pouco mais de 800 km de redes coletoras. A meta do plano é expandir esse atendimento até 2033.
Os dados reforçam o panorama identificado pelo Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2022, que apontou profundas desigualdades regionais no acesso ao saneamento. Enquanto a região Sudeste registra 90,7% de cobertura adequada de esgoto, no Norte esse índice não passa de 46,4%, o menor do país e bem abaixo da média nacional de 75,7%.
"O Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab) considera adequado o esgoto que é coletado e tratado. O Censo só investiga a coleta, porque o morador apenas informa se tem serviço que coleta o esgoto", explicou Bruno Perez, analista do IBGE.

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