PF amplia operação e inclui milícias em megainvestigação no Rio
A ação da Polícia Federal e da Receita mira o crime organizado e deve atingir também as milícias, segundo o deputado Lindbergh Farias
247 - A Polícia Federal (PF) e a Receita Federal ampliaram o alcance da que já é considerada a maior operação de investigação da história do país, com foco no combate ao crime organizado no Rio de Janeiro. O líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias, afirmou que o trabalho das forças federais também atingirá as milícias que atuam no estado.
Em publicação nas redes sociais, Lindbergh destacou que a ação precisa ter caráter permanente: “Não adianta entrar só com a operação. Depois disso tem que ser uma operação definitiva, tem que tirar o tráfico e a milícia”, declarou.
O parlamentar enfatizou que o objetivo é atingir as estruturas financeiras e os líderes das organizações criminosas. “Sabe o que vai acontecer no Rio? Quando eu falei que a esperteza demais come o dono? Aqui vai ter uma operação de investigação da história desse país, com Polícia Federal e Receita Federal, e vão pegar tudo. Os cabeças do Comando Vermelho, do tráfico, não estão na favela. Estão nos prédios de luxo. Da milícia”, reforçou.
A ampliação da investigação ocorre após a megaoperação realizada nos complexos do Alemão e da Penha, que deixou 121 mortos, entre eles quatro policiais. Apesar do impacto da ação, o governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro, não mencionou as milícias ao comentar os resultados e ao justificar as medidas adotadas contra o crime organizado.
Lindbergh também criticou o governador por ter recebido o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, relator da ADPF que define regras para operações policiais em favelas, no Centro Integrado de Comando e Controle da Polícia Militar — e não no Palácio Guanabara, sede do governo estadual. “Que corajoso. Você está sentindo o rei da cocada preta, não é, Claudio Castro? Quer dizer que uma reunião começa e você diz: ‘Eu não vou recebê-lo no Palácio da Guanabara. Autoridade, quando vem ela, ela tem que entender: ou soma ou suma’. É assim mesmo que você vai tratar ministro do Supremo Tribunal Federal? Logo você?”, ironizou o deputado.
Durante o encontro com Moraes e outras autoridades da segurança pública, Claudio Castro justificou sua decisão afirmando que o local representa a “casa das polícias”. “Aqui nós queremos que seja feita toda a transparência e todo o processo de fiscalização. Não temos medo de órgão de controle algum. Estamos trabalhando com honestidade, com a verdade e com a seriedade. Qualquer autoridade que quiser vir, pode vir naquela lógica: ou soma conosco, ou some, porque a gente não precisa de gente para fazer politicagem”, respondeu o governador.


