Petrobras celebra 72 anos em meio a atos contra privatização
Trabalhadores e sindicatos realizaram protestos em diversas unidades da estatal em defesa da soberania energética
247 - A Petrobras completou nesta sexta-feira (3) 72 anos de existência, data marcada por uma série de manifestações em todo o Brasil. A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e sindicatos ligados à categoria promoveram atos em refinarias, terminais, fábricas de fertilizantes e unidades da Petrobras Biocombustíveis (PBio), reunindo centenas de trabalhadores. As mobilizações foram registradas em diferentes estados e tiveram como principal objetivo protestar contra projetos de privatização e defender o papel estratégico da estatal.
As manifestações começaram ainda no início da semana, com atos preparatórios organizados pelo Sindipetro Unificado, em São Paulo. Entre os locais que receberam protestos estiveram o Terminal da Transpetro, em São Caetano do Sul (SP), a Refinaria Capuava (Recap/SP) e a Refinaria de Paulínia (Replan/SP). No dia do aniversário da companhia, os atos se multiplicaram em unidades como o Terminal de Barueri (SP), a Reduc (RJ), a Rnest (PE), a Lubnor (CE), a Revap (SP) e a Repar (PR). Em Canoas (RS), a mobilização prevista para a Refinaria Alberto Pasqualini (Refap) precisou ser cancelada devido ao forte temporal.
PBio no centro da resistência
O ponto mais simbólico das manifestações ocorreu nas usinas da Petrobras Biocombustíveis, em Candeias (BA) e Montes Claros (MG). A subsidiária é alvo de discussões sobre um modelo de privatização parcial, por meio de parcerias com o setor privado. A FUP alerta que esse modelo ameaça a integridade do Sistema Petrobras e pode gerar consequências graves para os trabalhadores, como transferências compulsórias sem garantias de estabilidade.
Deyvid Bacelar, coordenador-geral da FUP, esteve presente no ato da Bahia e reforçou a defesa da estatal. “Hoje foi dia de ato nacional contra as privatizações e por um Brasil soberano. Estivemos juntos na PBio, em Candeias, defendendo a Petrobras e reafirmando que ela existe graças à luta dos trabalhadores. Não aceitaremos projetos de privatização que ameaçam nossa soberania e precarizam o trabalho”, afirmou.
Reivindicações trabalhistas em pauta
Além da luta contra privatizações, os trabalhadores também aproveitaram os atos para reforçar a campanha reivindicatória da categoria. Entre as principais demandas estão a valorização do Plano de Cargos, soluções para os déficits da Petros e garantias mais robustas no Acordo Coletivo de Trabalho. Para a FUP, essas medidas são essenciais para assegurar condições dignas aos petroleiros.
72 anos de história e desafios
Ao longo de sua trajetória, a Petrobras se consolidou como protagonista no setor energético e no desenvolvimento industrial do país. Aos 72 anos, a companhia vive um processo de reconstrução, com retomada de concursos públicos e revisão de medidas adotadas nos últimos governos, que incluíram a venda de refinarias e subsidiárias. Ainda assim, a Federação alerta para os riscos de novos modelos de parceria, que podem comprometer a soberania energética e dificultar uma transição justa para fontes renováveis.
Em suas manifestações, a FUP destacou que a resistência dos últimos anos foi decisiva para manter a Petrobras sob controle estatal. “Se chegamos até aqui foi com luta e seguiremos adiante, porque defender a Petrobras é defender o Brasil”, ressaltou Bacelar.