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Papa Leão 14 questiona fortuna de Musk e critica desigualdade

Pontífice norte-americano aponta disparidade salarial e cobra mais eficácia da ONU

Papa Leão 14 conduz celebração na Basílica de São Paulo, em Roma (Foto: Vincenzo Livieri/Reuters)

247 - Em sua primeira grande entrevista desde a eleição em maio, o papa Leão 14 criticou os pacotes de remuneração bilionários destinados a executivos de grandes corporações. A fala foi publicada neste domingo (14) pelo portal católico Crux e repercutida pela Folha de S.Paulo. O pontífice citou diretamente o plano de remuneração da Tesla, avaliado em US$ 1 trilhão, concedido a Elon Musk, e destacou o abismo crescente entre líderes empresariais e trabalhadores comuns.

“Há sessenta anos, os CEOs recebiam de quatro a seis vezes mais do que os funcionários. Hoje, chegam a ganhar 600 vezes mais”, afirmou. Em tom crítico, acrescentou: “Ontem houve a notícia de que Elon Musk será o primeiro trilionário do mundo. O que isso significa e do que se trata? Se essa é a única coisa que tem valor, então estamos em um grande problema.”

Críticas à ONU e papel diplomático do Vaticano

Natural de Chicago e ex-missionário no Peru, Leão 14 não se limitou ao tema econômico. O papa lamentou a perda de relevância da Organização das Nações Unidas, instituição que, segundo ele, já não exerce sua função de mediação em crises globais. “A ONU deveria ser o lugar onde muitas questões são tratadas. Infelizmente, parece ser geralmente reconhecido que perdeu sua capacidade de reunir as pessoas em questões multilaterais”, declarou.

O pontífice reconheceu ainda que se sente mais preparado para liderar espiritualmente os 1,4 bilhão de católicos do que para enfrentar o peso do protagonismo diplomático. “O aspecto totalmente novo deste trabalho é ser lançado ao nível de líder mundial. Estou aprendendo muito e me sentindo muito desafiado, mas não sobrecarregado”, afirmou.

Adaptação e horizonte de paz

Na entrevista, gravada no fim de julho para uma biografia em preparação, Leão 14 também comentou sobre suas expectativas em relação ao conflito entre Rússia e Ucrânia, que já dura três anos. 

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