Moraes nega pedido de Mauro Cid e delator terá que acompanhar interrogatórios de réus da trama golpista
Ministro do STF afirma que presença de Mauro Cid é essencial para garantir o direito ao contraditório e à ampla defesa dos demais réus
247 - O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou o pedido apresentado pelo tenente-coronel Mauro Cid, delator da tentativa de golpe investigada pela Justiça, para ser dispensado das audiências de interrogatório dos outros acusados no inquérito — entre eles, Jair Bolsonaro (PL). As informações são do g1.
Mauro Cid, que assumiu o papel de colaborador nas investigações conduzidas pela Procuradoria-Geral da República (PGR), foi o primeiro a depor diante do ministro no início da nova fase de oitivas. Em seu depoimento, ele reiterou os principais pontos da denúncia, colocando Jair Bolsonaro e o general e ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto como figuras centrais da articulação que, segundo o delator, visava manter o então presidente no cargo, mesmo após sua derrota nas eleições de 2022.
A defesa do militar solicitou ao Supremo que Cid não fosse obrigado a acompanhar os demais interrogatórios, sob a justificativa de que ele “já prestou depoimento, não tendo mais nada a acrescentar ou esclarecer”. Os advogados acrescentaram que ele estaria à disposição da Justiça caso fosse necessário prestar novos esclarecimentos pontuais.
Entretanto, Moraes indeferiu o pedido e reforçou que a presença de Cid nas audiências é uma medida “indispensável” para preservar os direitos constitucionais dos demais réus. “Será o réu quem escolherá o 'direito de falar no momento adequado' ou o 'direito ao silêncio parcial ou total'; mas não é o réu que decidirá como será tomado seu depoimento”, escreveu o ministro em sua decisão, de acordo com a reportagem. Segundo Moraes, a presença dos acusados nas audiências constitui “um verdadeiro instrumento de preservação do direito à ampla defesa e ao contraditório”.
Ainda durante a primeira sessão, realizada nesta segunda-feira (9), Mauro Cid foi visto cumprimentando alguns dos acusados com apertos de mão, incluindo Bolsonaro, e prestando continência aos generais Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira.
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