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Ministros de Lula defendem a condenação de Bolsonaro e repudiam interferência dos EUA

Nomes como Wellington Dias, Márcio Macêdo e Luciana Santos destacaram que a decisão do Supremo reafirmou a soberania brasileira

Jair Bolsonaro e o STF (Foto: Reuters I Antonio Augusto/STF)

247 - Ministros do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defenderam o processo judicial conduzido pelo Supremo Tribunal Federal contra Jair Bolsonaro no inquérito da trama golpista e destacaram a importância da condenação dos oito réus, incluindo o ex-mandatário. Membros do primeiro escalão do governo também reafirmaram a soberania brasileira após o governo Donald Trump (EUA) citar o processo contra o político da extrema direita para aplicar sanções ao Brasil.

O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias, disse que o “Supremo foi bastante cuidadoso em dar a oportunidade de defesa e, é claro, cumprir a lei”. “A democracia, doa a quem doer, seja a pessoa mais simples ou um ex-presidente, tem que prevalecer. É lamentável ver pessoas se colocando a serviço de interesses contrários ao país. Traição à pátria não é aceitável”, afirmou Dias, que participou do 3º Encontro Nacional de Economia Francisco e Clara, realizado no Recife (PE).

O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, afirmou que a condenação foi “um marco histórico na defesa do Estado Democrático de Direito”. “O devido processo legal foi respeitado e a Justiça deixou claro que ninguém está acima da lei", disse.

Segundo o ministro, "a decisão reafirma o respeito à soberania popular, expressa nas urnas em 2022, à lisura do sistema eleitoral brasileiro e fortalece as instituições nacionais ao condenar a tentativa de golpe de Estado que ameaçou a democracia e planejou o assassinato do presidente e vice-presidente eleitos e de um ministro do STF”.

“O resultado do julgamento demonstra ainda que o Brasil não aceitará qualquer forma de ameaça externa às nossas instituições e ao nosso povo. Nosso compromisso é com a Constituição, a democracia, a justiça e a soberania do povo brasileiro”.

De acordo com a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, “houve devido processo legal, direito de defesa e provas consistentes de uma tentativa de golpe de Estado”.

A titular da pasta recordou também que, segundo investigadores, os envolvidos na trama golpista pretendiam assassinar o presidente Lula (PT), o vice Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do STF Alexandre de Moraes, relator da investigação do plano golpista na Corte.

“É inaceitável. O Brasil já sofreu com uma história de golpes e ditaduras, marcada por tortura e assassinatos. Não podemos naturalizar esse passado. Precisamos virar a página”, declarou Luciana.

Condenações e a reação dos EUA

O STF condenou os oito réus na investigação - Jair Bolsonaro, o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno, o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), o ex-ministro Paulo Sérgio Nogueira, o ex-comandante Almir Garnier Santos, o tenente-coronel Mauro Cid, o general Braga Netto e o ex-ministro Anderson Torres.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a defender Bolsonaro após a decisão do STF. A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil classificou Moraes como “violador de direitos humanos”.

O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, também saiu em defesa do ex-mandatário e aproveitou para fazer ataques ao ministro do STF Alexandre de Moraes. O magistrado é o relator do inquérito do plano golpista no Supremo.

Deputados democratas dos EUA divulgaram uma carta e alertaram que Trump tenta acabar com a democracia brasileira. No Brasil, o Itamaraty, comandado pelo ministro Mauro Vieira, rebateu o secretário de Estado.

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