Militares tratam ameaça de Trump de usar força militar contra o Brasil como bravata
Generais avaliam que eventual resposta dos EUA se dará por sanções econômicas, não por meios bélicos
247 - As ameaças feitas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de utilizar a força militar em represália à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro são vistas por integrantes da cúpula das Forças Armadas brasileiras como uma “bravata”. A informação foi publicada pelo portal Metrópoles, em coluna assinada pela jornalista Andreza Matais.
A avaliação entre generais é de que uma resposta efetiva de Washington viria por meio de novas sanções econômicas ou da ampliação da lista de autoridades brasileiras enquadradas pela Lei Magnitsky. A hipótese de uso de caças ou navios de guerra, levantada por aliados de Bolsonaro, é considerada improvável pelos militares.
Eduardo Bolsonaro cita caças e navios de guerra
Em entrevista ao colunista Paulo Cappelli, do Metrópoles, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) disse acreditar que, em um cenário de aprofundamento da crise política, os EUA poderiam enviar “caças F-35 e navios de guerra ao Brasil”.
Casa Branca endurece discurso
A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavit, reforçou que o presidente Donald Trump “não tem medo de usar meios militares para proteger liberdade de expressão”. Apesar disso, analistas especializados em defesa avaliam que o governo norte-americano tende a agir primeiro com medidas diplomáticas e sanções econômicas.
A jornalista Monica Gugliano, especialista em assuntos militares, afirmou ao Metrópoles que a leitura entre generais é de que o discurso mais duro serve como recado político, mas não deve se traduzir em ações bélicas. “A ameaça de usar meios militares foi lida como bravata”, disse.
Para os militares brasileiros, a retórica agressiva de Trump busca reforçar apoio político interno e externo, mas não representa, no curto prazo, risco real de intervenção militar direta no Brasil.