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Metade do país apoia prisão de Bolsonaro, aponta Datafolha

Pesquisa mostra que 50% defendem cumprimento da pena imposta pelo STF

Jair Bolsonaro e presídio da Papuda (Foto: Reuters | Reprodução)

247 - A prisão de Jair Bolsonaro (PL), condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 27 anos e 3 meses por tentativa de golpe de Estado e crimes relacionados, divide a opinião pública brasileira. Segundo levantamento do Datafolha, publicado pela Folha de S. Paulo, 50% da população se declara a favor da detenção, enquanto 43% se opõem à medida.

O julgamento que levou à condenação ocorreu entre os dias 3 e 11 de setembro, conduzido pela Primeira Turma do STF, e resultou também na condenação de outros sete integrantes do chamado núcleo central da tentativa de golpe. A pesquisa do Datafolha foi realizada em 113 cidades do país, nos dias 8 e 9 de setembro, ouvindo 2.005 eleitores. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

Estabilidade e mudanças na percepção pública

Desde abril, quando o Datafolha fez a primeira medição sobre o tema, a divisão de opiniões tem mostrado certa estabilidade. Naquele mês, 52% apoiavam a prisão de Bolsonaro, contra 42% que eram contrários. Em julho, o cenário apontou um empate técnico: 48% a favor e 46% contra. Agora, com a retomada da distância, a pesquisa registra novamente maioria pró-detenção.

A análise por segmentos mostra que o Nordeste é a região mais favorável à prisão, com 62% de apoio. Jovens de 16 a 24 anos e católicos também aparecem acima da média nacional, ambos com 56% de aprovação.

Expectativa de cumprimento da pena

Um ponto que mudou ao longo do tempo foi a percepção sobre a execução da pena. Em abril, 52% acreditavam que Bolsonaro escaparia da prisão, contra 41% que apostavam no contrário. O índice praticamente se manteve em julho. Mas o início do julgamento no STF inverteu esse cenário: às vésperas da condenação, metade dos entrevistados já acreditava que o ex-presidente iria cumprir a pena, enquanto 40% ainda duvidavam.

Destino e regime da prisão

A pena, que deve começar em regime fechado, só será executada após a fase de recursos. Juristas e políticos avaliam, no entanto, que os recursos dificilmente terão efeito capaz de reverter a condenação. A decisão sobre o local de cumprimento caberá ao relator do processo, ministro Alexandre de Moraes. Entre as possibilidades estão o Complexo da Papuda, em Brasília, uma unidade da Polícia Federal ou, de forma menos provável, uma instalação do Exército.

Bolsonaro cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto, determinada por Moraes em razão do descumprimento de medidas cautelares. A defesa ainda poderá solicitar a progressão da pena para esse regime após o início da execução em regime fechado.

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