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Manifestações contra PEC da Blindagem mostram repúdio popular a privilégios políticos, diz Otto Alencar

Presidente da CCJ do Senado disse que irá pautar a PEC da Blindagem ainda nesta semana para “enterrar de vez” o texto

Otto Alencar (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

247 - As manifestações realizadas nesta semana contra a chamada “PEC da Blindagem” mostraram o recado da população ao Congresso: não há mais espaço para legislar em benefício próprio. A declaração foi feita pelo senador Otto Alencar (PSD-BA), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no Senado, em declaração ao jornalista Octávio Guedes, do g1.

Segundo o parlamentar, os atos populares deixam claro que os cidadãos rejeitam iniciativas que fragilizem a transparência e protejam políticos de investigações. “Ontem foi uma demonstração de que a população não aceita mais que os políticos eleitos com o voto do povo tenham uma vida nebulosa, sombria, escondida atrás de legislações aprovadas pelos próprios políticos, quando eles estão legislando em causa própria”, afirmou.

Promessa de arquivamento

Otto Alencar explicou que a PEC poderá ser levada diretamente ao plenário caso não haja pedido de vista na CCJ. O senador disse já ter recebido o compromisso do presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), de rejeitar a proposta na sessão de quarta-feira.

“Se não tiver pedido de vista, fazer um requerimento de urgência, levar para o plenário, já tenho o compromisso do presidente Davi Alcolumbre de se acontecer nesse rito no plenário quarta-feira à tarde, voltar e enterrar em cova profunda essa PEC que de alguma forma ia macular nossa Constituição Federal de 1988”, declarou.

Pressão popular e desgaste político

A PEC, apelidada por opositores de “PEC da Blindagem”, buscava limitar processos contra parlamentares em determinadas situações, o que críticos enxergaram como tentativa de criar privilégios. Os protestos em diversas cidades do país pressionaram o Congresso e abriram fissuras na própria base governista.

A repercussão também atingiu deputados, que ficaram expostos diante da mobilização contrária à medida. Aliados de Jair Bolsonaro, que defenderam a proposta em seu início, passaram a admitir publicamente que a iniciativa se transformou em um “tiro no pé”.

Ao comentar a resistência à PEC, Otto Alencar frisou que a Constituição deve ser preservada diante de projetos que busquem reduzir sua legitimidade. Para ele, a mobilização popular foi decisiva para barrar uma iniciativa que, em suas palavras, “macularia” a Carta Magna e a credibilidade das instituições.

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