Lula recupera apoio entre mulheres, nordestinos e católicos, aponta Quaest
A pesquisa foi realizada com 2.004 entrevistas presenciais em todo o país, abrangendo cidadãos com 16 anos ou mais
247 - A mais recente pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira (8), indica uma recuperação significativa da aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em segmentos estratégicos de seu eleitorado, como mulheres, nordestinos, católicos e beneficiários de programas sociais. O levantamento também revelou avanço no Sudeste, região que reúne os três maiores colégios eleitorais do país: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
A pesquisa aponta que Lula reduziu a diferença entre aprovação e desaprovação no Sudeste. Em maio, 64% dos eleitores da região reprovavam o governo, enquanto apenas 32% aprovavam. Agora, os índices mostram 52% de desaprovação e 44% de aprovação, encurtando a distância para oito pontos percentuais — bem menos que os 32 pontos registrados anteriormente.
Nordeste
O Nordeste, que concentra 28% do eleitorado nacional, manteve Lula em alta. A aprovação do presidente oscilou de 60% em setembro para 62% em outubro, enquanto a desaprovação ficou praticamente estável, passando de 35% para 36%.
Entre os beneficiários do Bolsa Família, o crescimento foi ainda mais expressivo. Dos 19,6 milhões de famílias atendidas, cerca de 9 milhões vivem no Nordeste. Nesse grupo, a aprovação subiu de 64% para 67% desde setembro, enquanto a rejeição caiu de 32% para 31%. Considerando um intervalo maior, desde maio, a aprovação saltou de 51% para os atuais 67%, enquanto a desaprovação recuou de 44% para 31%.
Apoio feminino em ascensão
As mulheres, maioria no eleitorado brasileiro, também registraram melhora na avaliação do governo. Pela primeira vez em cinco meses, a aprovação (52%) superou a desaprovação (45%). No mês anterior, os números estavam empatados em 48%.
Religião
O recorte religioso mostra que os católicos voltaram a ampliar o apoio ao presidente, passando de 51% para 54% de aprovação, com queda na desaprovação de 46% para 44%. Entre os evangélicos, no entanto, o cenário permanece adverso: 64% reprovam o governo, contra 34% que o aprovam. Em setembro, os percentuais eram de 61% e 35%, respectivamente.
Durante a campanha de 2022, Lula chegou a publicar uma carta voltada à população evangélica, na tentativa de afastar boatos sobre fechamento de igrejas ou mudanças na legislação sobre aborto, mas o setor continua sendo um dos principais focos de resistência ao seu governo.
Para o cientista político Felipe Nunes, CEO da Quaest, os números refletem um cenário que remete à divisão observada nas eleições de 2022. “O retrato que temos neste momento lembra muito a divisão social da eleição de 2022. É como se tivéssemos voltado para o lugar onde tudo começou”, afirmou.
A pesquisa foi realizada com 2.004 entrevistas presenciais em todo o país, abrangendo cidadãos com 16 anos ou mais.