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      Lula alerta para nova ofensiva contra a democracia e defende regulação das plataformas digitais

      Em cúpula sobre democracia, presidente critica fragilidade das democracias liberais e reforça necessidade de ação global contra a desinformação

      Lula durante cúpula sobre democracia no Chile (Foto: Ricardo Stuckert / PR)
      Otávio Rosso avatar
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      247 - Em discurso contundente no evento Democracia Sempre, realizado nesta segunda-feira (21) no Palácio de La Moneda, em Santiago, no Chile, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o mundo vive uma nova ofensiva contra a democracia e defendeu a urgência de reformas institucionais para fortalecer os sistemas democráticos. O encontro reuniu líderes progressistas da América Latina e Europa, como Gabriel Boric (Chile), Pedro Sánchez (Espanha), Gustavo Petro (Colômbia) e Yamandú Orsi (Uruguai).

      Em seu discurso, Lula relembrou os golpes militares nos países da América Latina. “Este encontro no Palácio de La Moneda tem simbologia muito especial. Aqui a democracia chilena sofreu um dos atentados mais sangrentos da história da América Latina. Nossos países conheceram de perto os horrores da ditadura que mataram, perseguiram, torturaram e mataram. O caminho da democracia de liberdade foi longo. Democracia não se constrói da noite para o dia. Zelar pelos interesses coletivos é tarefa permanente”, disse.

      O presidente brasileiro alertou para um novo cenário global de instabilidade política e crescimento de ataques organizados à democracia. “Vivenciamos nova ofensiva antidemocrática. Para reagir a esse movimento, Espanha e Brasil promoveram um encontro à margem da Assembleia Geral da ONU em setembro do ano passado. De lá para cá a situação do mundo se agravou. O quadro que enfrentamos exige ações concretas e urgentes. A reunião de hoje organizada pelo presidente Boric é um passo nesta direção”, afirmou.

      Em tom crítico, Lula questionou a eficácia das estruturas políticas tradicionais. “A democracia liberal não foi capaz de responder aos anseios e necessidades contemporâneas. Cumprir o calendário eleitoral a cada 4 ou 5 anos não é mais suficiente. O sistema eleitoral e os partidos caíram no descrédito. Por essa razão conversamos sobre o fortalecimento das instituições democráticas e do multilateralismo em face dos sucessivos ataques que vêm sofrendo.”

      Lula destacou a urgência de enfrentar a desinformação e o uso nocivo das redes sociais, propondo uma nova governança digital global. “Concordamos sobre a necessidade de regulação das plataformas digitais e do combate à desinformação para devolver aos Estados capacidade de proteger os seus cidadãos. A chave para um debate público livre e plural é a transferência de dados e uma governança digital global. Liberdade de expressão não se confunde com autorização para a violência, difundir o ódio, cometer crimes e atacar o Estado Democrático de Direito.”

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