Lula acena aos evangélicos: ‘eu preciso cuidar de todos’
O presidente disse que não tem o 'hábito de fazer política tentando dividir a sociedade por religião'
247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um aceno ao público evangélico nesta sexta-feira (19), ao afirmar que não se pode fazer políticas dividindo a “sociedade por religião”.
“Eu tento juntar todo o povo brasileiro, respeitar todas as religiões e conversar com as pessoas sobre políticas públicas que o Estado tem que fazer”, disse Lula durante o podcast Papo de Crente, voltado para o público evangélico.
“Eu não tenho o hábito de fazer política tentando dividir a sociedade por religião. Não importa de que religião a pessoa participe, não importa o clube que torce, a cor dele. Importa é que é ser humano. Eu tenho de cuidar de todos. Essa é a minha lógica”.
O presidente também defendeu a importância dos direitos políticos, sociais e civis da população brasileira. “Pega a Constituição e veja todos os direitos sociais. Não são regulamentados por quê? Porque a maioria dos deputados não são trabalhadores, não têm compromisso com os trabalhadores, são gente de classe média alta, que pouco está ligando para o povo. Essa é a verdade”.
Estatísticas
O Censo Demográfico de 2022, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou que, em 2010, o catolicismo apostólico romano, concentrava 65,1% (105,4 milhões) da população de 10 anos ou mais. Em 2022, o segmento passou a representar 56,7% (100,2 milhões) em 2022, uma redução de 8,4 pontos percentuais (p.p.).
Os números apontaram aumento de 5,2 pontos percentuais na proporção de evangélicos, passando de 21,6% em 2010 (35 milhões) para 26,9% em 2022 (47,4 milhões).
A quantidade de pessoas que se declararam sem religião subiu de 1,3 p.p. entre 2010 e 2022, ao passar de 7,9% para 9,3%. Também foi registrada alta nas religiões de umbanda e candomblé (de 0,3 % em 2010 para 1,0%, em 2022) e outras religiosidades (de 2,7% para 4,0%).
A pesquisa constatou declínio na religião espírita (de 2,2% para 1,8%). As religiosidades de tradições indígenas representaram 0,1% das declarações, acrescentou o IBGE.