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      Irmã de Carla Zambelli diz que a parlamentar foi abandonada pelo PL

      Paula Zambelli afirma que partido não oferece apoio jurídico nem financeiro e teme pelas condições de saúde da parlamentar presa em Roma

      Carla Zambelli. Foto: Pablo Valadares / Agência Câmara
      Paulo Emilio avatar
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      247 - A advogada e professora universitária Paula Zambelli afirmou que sua irmã, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), vem enfrentando um processo de abandono por parte do Partido Liberal, desde que deixou o Brasil até sua prisão na Itália, ocorrida na última terça-feira (29).

      “O que mais me deixa perplexa é o abandono institucional: eu não imaginava que uma deputada da envergadura da Carla, a parlamentar mulher mais votada desta legislatura e do partido, ao passar por uma situação como esta seria desconsiderada pelo próprio partido”, disse Paula ao criticar a postura do PL, que segundo ela, deixou de oferecer suporte financeiro e jurídico à irmã, de acordo com a coluna Painel, da Folha de S. Paulo.

      A irmã da deputada demonstrou ainda profunda preocupação com o estado de saúde de Carla Zambelli, que já passou por cirurgias cardíacas e para retirada de um tumor cerebral, além de sofrer de depressão severa. Segundo Paula, Carla depende de medicação contínua e enfrenta uma série de condições que requerem cuidado permanente.

      “Carla possui muitas doenças que, combinadas, podem trazer efeitos muito diferentes, a depender de como ela está, e de qual remédio lhe falta. Isso é um motivo de muita preocupação, pois ela pode perder os sentidos, desmaiar, ficar com falta de sensibilidade de membros, fora as questões emocionais e psicológicas de alguém que tem depressão profunda”, detalhou.

      Paula, que tem posicionamento político alinhado à esquerda — diferente da irmã —, relatou que, apesar de hoje manterem uma relação próxima, as duas chegaram a ficar três anos distantes por divergências ideológicas. O afastamento coincidiu com o período entre o fim do governo Dilma Rousseff (PT) e a eleição de 2018, quando Carla foi eleita deputada.

      Mesmo com visões distintas, Paula reconhece o papel representativo da irmã: “Nossas convicções políticas são diferentes, e me entristece toda essa polarização, mas precisamos lembrar que ela representa muitas pessoas que pensam como ela, e essa é a beleza maior da democracia”, afirmou.

      De São Paulo, Paula mantém contato frequente com o pai, João Hélio Salgado, que embarcou para a Itália antes da prisão da filha. Toda a família — incluindo a mãe e o irmão caçula, o deputado estadual Bruno Zambelli (PL-SP) — está mobilizada em torno da saúde e do bem-estar da parlamentar.

      Sobre a possibilidade de extradição, Paula considera o cenário como angustiante: “Um processo de extradição implica em cumprir uma pena no Brasil de algo que ela reafirma que não fez. E, em sendo uma pena injusta e alta, aplicada a um fato que ela diz não ter cometido, há também o receio de não ser convertida em domiciliar”.

      Apesar disso, Paula acredita que a prisão pode ser um ponto de virada na trajetória da irmã. “Considero que é um dos capítulos da história dela. Carla tem 45 anos. Então eu tenho um desejo profundo de que tudo isso tenha algum propósito maior”, disse, acrescentando que o episódio pode levar Carla a “moderar algumas ideias em que é radical ou extremista” e a “solidificar alguns dos princípios que são fundamento do caráter dela”.

      Carla Zambelli foi presa na última terça-feira (29) em um apartamento em Roma, após ser localizada pela polícia italiana com base em um alerta da Interpol. Desde o fim de maio, ela estava foragida da Justiça brasileira, após ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão. A sentença, proferida de forma unânime pela Primeira Turma do STF, não permite mais recursos — o processo transitou em julgado.

      A condenação diz respeito à participação da deputada na invasão hacker ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em janeiro de 2023. Segundo os registros, Zambelli deixou o Brasil poucos dias após a decisão do Supremo, passando pela Argentina e depois pela Flórida, nos Estados Unidos, antes de buscar refúgio na Itália.

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